domingo, 28 de agosto de 2011
Jornalistas querem criar rede de assessores de comunicação
Um grupo de jornalistas em assessoria de comunicação começou a se reunir desde o dia 23 deste mês, para discutir a criação de uma rede de profissionais que atuam nessa área. De lá para cá já foram dois encontros e o terceiro já está marcado para a semana que vem.
Não tem ninguém querendo inventar a roda, a pólvora ou ainda a próxima coca-cola. O objetivo é muito simples e chama-se parceria, ou quem sabe coleguismo. É apenas o anseio pela troca de informações e de experiências sobre o dia-a-dia da nossa profissão.
E sabe o que é mais bacana? É que a idéia partiu de pessoas que já atuam em assessorias ha muito tempo, que sabem desempenhar muito bem suas funções. Mas são pessoas abertas a novos conhecimentos, novas experiências, pessoas que como dizia o Gonzaguinha cantam a beleza de serem eternas aprendizes.
É com o maior orgulho que estou fazendo parte dessa turma que quer fazer a diferença no que trabalham, porque certamente o fazem com amor. Aliás, amor pela profissão, anda muito em baixa ultimamente, seja qual for a formação, o negócio é ganhar dinheiro, independente do respeito ao próximo.
Eu acredito firmemente que essa rede vai pra frente, porque vejo o brilho no olhar de cada jornalista que participa dessas reuniões. E a vontade de que as pessoas tomem consciência de que vida de assessor não é mole só porque ele ler jornal e passa o dia na internet, isso é função primária e essencial dentro de uma assessoria. Por isso leitor, se um dia você passar por uma sala de assessoria de comunicação e ver os jornalistas lendo jornal, não pense que ele está fazendo isso por falta de trabalho, porque é justamente o contrário, ele está executando uma das suas tarefas diárias.
O Assessor hoje, precisa ser uma pessoa antenada não só com a velha imprensa escrita, mas interagir com facilidade com as novas mídias sociais, como explica muito bem Rivaldo Chinem em seu livro “Assessoria de Imprensa, Como Fazer”. Segundo ele “a modernização da sociedade trouxe ao ser humano a necessidade obter cada vez mais informação, o que, em larga escala, levou ao desenvolvimento dos meios de comunicação de massa. Essa situação, por sua vez, também fez com que indivíduos e organizações passassem a vislumbrar no noticiário transmitido por jornais, revistas, emissoras de rádio, de televisão e na rede mundial de computadores a sua grande possibilidade de divulgar fatos e opiniões para a sociedade”.
Diante de tudo isso, essa rede que está se formando agora, certamente contribuirá bastante para aproximar a categoria e criar um canal de aperfeiçoamento das técnicas e instrumentos do exercício da profissão de jornalista em assessoria de comunicação e de imprensa aqui no nosso querido Acre.
E plagiando o grande comunicador brasileiro Aberlado Barbosa, que até hoje ainda está com tudo e não está prosa, mando aquele abraço para Socorro Camelo, Charlene Carvalho, João Petrolitano, Moisés Alescastro, Tiago Teles, Eduardo Duarte, Annie Manuela, Andréia Carvalho, Igor Martins e pra você Xuxa.
Bom domingo minha gente!
sábado, 27 de agosto de 2011
Tente, invente, faça um dia dos pais diferente
Uma vez por ano, nos dedicamos a carinhos, comidinhas, denguinhos e presentinhos para os nossos pais. Todo segundo domingo de agosto é assim, café, almoço ou jantar de primeira qualidade ou de acordo com que nossos bolsos podem bancar.
Até o ano passado eu tinha dois pais. Esse ano, infelizmente minha lista diminuiu, mas o amor ainda é o mesmo. Não vou ficar aqui falando elucubrações sobre esse assunto, porque tenho consciência de que já falei demais sobre ele em colunas passadas.
O que eu quero mesmo falar é que não há mais filhos como antigamente, nossa rotina louca de trabalho e casa é bem diferente do que a vida que nossos pais levavam a pouco menos de 30 anos atrás. Consequentemente essa nossa rotina corrida alterou a forma de comportamento dos nossos filhos hoje.
Eu sou do tempo em que meninas brincavam de pular elástico, jogar pedrinhas, muita manja, esconde-esconde, patins, bicicleta, bandeirinha e claro a boa e velha salada de frutas (pêra - uva - maçã - salada mista). Hoje observo minha filha adolescente e vejo o quanto a geração dela está sendo diferente da minha.
Brincar na rua descalça de todas essas brincadeiras que eu já falei era um martírio. O negócio dela sempre foi computador e televisão. Só que agora, essa constatação que estou dividindo aqui com vocês, ganhou confirmação científica. Oh! Agora sim, podemos acreditar no que todo mundo já sabe.
A pesquisa foi encomendada por adivinhem quem? Discovey Kids, aquele mesmo canal de assinatura que nossos filhos passam horas assistindo e que muitas vezes atua como educadores das nossas crianças. Lá em casa mesmo, minha caçulinha de dois anos, já sabe algumas cores, formas e até palavras em inglês graças a ele.
Mas vamos ao que interessa, a pesquisa foi feita com 1.500 assinantes e descobriu que 89% dos pais entrevistados, costumavam brincar na rua e que 77% tinham o hábito de ir a pé para a escola. Eu estudava no Cnec, lá no Segundo Distrito, colégio de freiras (bem que vovó tentou colocar juízo na minha cabecinha desde cedo) e adorava vir a pé para casa. Na volta, dava aquela paradinha oficial na praça em frente ao quartel da Polícia Militar e aí sim, seguia para o sossego do meu lar.
Atualmente, menos de 15% das crianças de até dez anos de idade andam por ai sem a companhia de um adulto. Outra diferença é que antigamente 51% dos pais andavam sozinhos de ônibus, hoje apenas 1% dos filhos faz isso. Vou citar de novo o exemplo lá de casa, minha filha deve ter andado de ônibus duas ou três vezes na vida. Tá certo que ela volta a pé da escola, mas vai de carro, mamãe faz questão de deixar o bebê dela na porta da escola todos os dias (se ela ler esse trecho ela me mata).
Essa mudança é refletida pelo medo da violência que assola a vida moderna. Isso faz com que os pais mantenham seus filhos longe das ruas, seguros no aconchego do lar. Diminuiu também o número de crianças que dormem na casa de amigos ou que recebem amigos para jogar vídeo-game. Como toda ação tem uma reação, os pais tentam compensar isso, dando mais autoridade aos filhos, dando o poder de eles escolherem o que querem comer, o horário de dormir e o programa na televisão. A pesquisa aponta que 64% das vezes em que pais e filhos assistem televisão juntos, são as crianças que escolhem o que será visto.
Além disso, o levantamento aponta que 57% das crianças possuem um aparelho de TV no quarto, 19% deles já desfrutam de um aparelho celular , 96% dessas famílias contam com banda larga em casa e um terço dos pesquisados contam com a ajuda da internet para fazer seus deveres de casa.
Essa pesquisa me chamou a atenção pela diferença gritante de estilos de vida em gerações tão próximas. Nossos filhos andam se relacionando com os amigos muito mais por telefones e computadores do que pessoalmente.
Sabedores disso, porque não fazemos um Dia dos Pais diferente, em vez do conforto do ar-condicionado, que tal um passeio pelo Parque Chico Mendes ou mesmo, uma brincadeira qualquer na frente de casa?
Um feliz Dia dos Pais a todos!
*Texto publicado no jornal Página 20 de 14 de agosto de 2011.
Tão Acre
Tem dias que começar a escrever é uma coisa muito difícil, mesmo quando se tem o tema, ou já saiba mais ou menos o que e como dizer ao leitor. Acho que hoje estou num desses dias. O que me fez lembrar meu querido professor Dandão, que em sala de aula costumava conversar sobre isso.
Em uma das muitas aulas dadas, ele falou que tinha gente que se inspirava até com uma folha de árvore que caia para escrever uma boa crônica. Bom... Eu estou aqui, olhando para todos os lados à espera de presenciar a queda de uma mísera folhinha, e nada... Somente o calor irritante soprando no meu ouvido o quanto ele pode ser desconfortável.
Em tempo de botas, chapéus, camisas de mangas compridas dobradas até o cotovelo, cintos com enormes fivelas e calças jeans, eu imagino que não seja nada confortável estar trajado assim. Aliás, por falar em conforto, a Expoacre mudou muito do que era há uns 30 anos - e para melhor, que isso fique claro.
Quando eu era criança não passava de duas ruas, uma era trafegável a outra só Jesus na causa, também tinham algumas baias, estandes do governo e um parque de diversões cheio de tétano. Era preciso rezar muito para não chover, porque corria o risco de atolar tanto de carro quanto a pé. Na verdade era uma verdadeira trilha. Ir de sandália aberta para lá, até 1996 era um mico, pois era terra e lama pra todo lado.
Hoje tá tudo asfaltado, o parque cresceu, ta lindo de ver. Não precisamos mais ficar andando de um lado para o outro em um só caminho.
E ainda tem quem diga que a gente não melhorou, que o governo que está aí, não fez nada. É povo do gol contra, só joga a favor de si mesmo, a população que se exploda porque o mais importante é voltar ao poder. Aquele mesmo que eles já tiveram na mão, e eles sim, não fizeram nada.
Alguém aí lembra quando viajávamos de férias e aterrisávamos no aeroporto que antes ficava lá do Segundo Distrito? Dava até depressão de voltar pra um lugar tão maltratado, com as ruas cheias de buraco e lama. Uma tristeza só.
Tá certo que o ser humano nunca está satisfeito com nada, até porque se isso um dia acontecer, é sinal de que se acabaram os sonhos e viver sem sonhos é o mesmo que não viver, mas tem gente por aí enganando o povo, dizendo que briga por melhoria, quando na verdade briga mesmo é pelo status que perdeu.
Vai passando por cima de tudo e de todos, mais parece um trator do mal, que vai espalhando veneno por onde passa, na tentativa de desconstruir uma imagem boa, já que em sua maioria, essas pessoas estiveram no poder, alguns até como “pasteiros” (aqueles que vendem coisas ao governo) e talvez por não verem seus nomes no Diário Oficial, se sintam tão incomodados com as realizações do governador Tião Viana, como diria Zé Leite, #tãoacre!
*Texto publicado no Jornal Página 20 de 31 de julho de 2011.
A vida não segue nossos planos
Ainda jovens, meus avós maternos José Higino e Mariinha e suas três filhas (tia Jeanett, tia Jeize e minha mãe Janne) trocaram sua terra natal pela capital acreana. Chegando aqui, foram morar de aluguel em uma casinha humilde localizada no bairro da Base, bem próximo à Rádio Difusora. Era de lá que ele saía a pé todos os dias para exercer sua função de delegado de trânsito no Bairro Quinze.
Os anos se passaram e vovô se tornou um pequeno empresário do ramo cafeeiro. Começou apenas torrando os grãos de café no fundo do quintal, depois arrumou um sócio e logo a empresa começou a prosperar, tanto que foi graças a ela que a família conseguiu comprar um terreno em local privilegiado da cidade, para posteriormente construir a casa própria.
Mas foi numa visita do irmão Luis Higino, que vovô resolveu apressar sua mudança, haja vista haver na vizinhança, um bar que funcionava até tarde. “Isso não é ambiente saudável para as meninas que já estão ficando mocinhas”, disse Luis. Foi então que conseguiram uma casa, na qual vovô não precisaria pagar aluguel e onde morou com a família até terminar de construir a sua. Da Base eles se mudaram para o Ipase.
Passados aproximadamente três anos, a tão sonhada casa ficou pronta. Agora eles tinham um verdadeiro lar. Orgulhoso do feito, vovô sempre dizia que graças ao trabalho e principalmente ao esforço, conseguira proporcionar a família uma casa confortável.
Mas vejam vocês leitores como a vida da gente não segue nossos planos. Depois da casa construída, as filhas foram tomando direções na vida. A mais velha casou, em seguida a do meio foi morar no Rio de Janeiro e por fim, não muito depois, a caçula também casou.
A casa que fora idealizada para toda a família, agora abrigava somente o casal e um sobrinho (Correinha) que ainda criança viera morar com eles. Sobrava espaço. Mas como a vida segue, logo chegaram os primeiros netos e foi nessa leva que eu nasci.
Poucos anos depois de casados papai e mamãe se separam e no meio desse processo eu fui morar com meus avós. Eu tinha mais ou menos uns três anos e vejam vocês, que o quarto anteriormente construído para três mocinhas agora era só meu, ou seja, eu tinha um quarto bem grande.
Mas independente do tamanho do quarto, foi na casa de número quatro, da rua João Donato que tive o privilégio de ter como referência de vida duas pessoas maravilhosas. É nessa casa que estão todas as minhas lembranças, seja da infância, da adolescência e até mesmo de adulta.
Passados oito meses de falecimento do vovô, muita coisa mudou e mudou porque a vida não pára esperando por ninguém, ao contrário, segue em um ritmo frenético, e eu de uma covardia sem tamanho, ainda não tinha voltado a casa em que passei a maior parte da minha vida. Essa semana foi inevitável, tive que ir lá e ao entrar e ver aquele vazio tomando conta dela, me fez chorar muito. De repente eu percebi que embora a grama ainda esteja verde a casa também morreu um pouco junto com ele.
O certo é que em minha memória sempre estará aquela casa branca, de portas e janelas vermelhas, jardim bem cuidado, vovô lendo um livro, vovó fazendo seu crochê enquanto eu, protegida por eles, sonhava com um mundo cor de rosa.
* Texto publicado no jornal Página 20 de 17 de julho de 2011.
Os anos se passaram e vovô se tornou um pequeno empresário do ramo cafeeiro. Começou apenas torrando os grãos de café no fundo do quintal, depois arrumou um sócio e logo a empresa começou a prosperar, tanto que foi graças a ela que a família conseguiu comprar um terreno em local privilegiado da cidade, para posteriormente construir a casa própria.
Mas foi numa visita do irmão Luis Higino, que vovô resolveu apressar sua mudança, haja vista haver na vizinhança, um bar que funcionava até tarde. “Isso não é ambiente saudável para as meninas que já estão ficando mocinhas”, disse Luis. Foi então que conseguiram uma casa, na qual vovô não precisaria pagar aluguel e onde morou com a família até terminar de construir a sua. Da Base eles se mudaram para o Ipase.
Passados aproximadamente três anos, a tão sonhada casa ficou pronta. Agora eles tinham um verdadeiro lar. Orgulhoso do feito, vovô sempre dizia que graças ao trabalho e principalmente ao esforço, conseguira proporcionar a família uma casa confortável.
Mas vejam vocês leitores como a vida da gente não segue nossos planos. Depois da casa construída, as filhas foram tomando direções na vida. A mais velha casou, em seguida a do meio foi morar no Rio de Janeiro e por fim, não muito depois, a caçula também casou.
A casa que fora idealizada para toda a família, agora abrigava somente o casal e um sobrinho (Correinha) que ainda criança viera morar com eles. Sobrava espaço. Mas como a vida segue, logo chegaram os primeiros netos e foi nessa leva que eu nasci.
Poucos anos depois de casados papai e mamãe se separam e no meio desse processo eu fui morar com meus avós. Eu tinha mais ou menos uns três anos e vejam vocês, que o quarto anteriormente construído para três mocinhas agora era só meu, ou seja, eu tinha um quarto bem grande.
Mas independente do tamanho do quarto, foi na casa de número quatro, da rua João Donato que tive o privilégio de ter como referência de vida duas pessoas maravilhosas. É nessa casa que estão todas as minhas lembranças, seja da infância, da adolescência e até mesmo de adulta.
Passados oito meses de falecimento do vovô, muita coisa mudou e mudou porque a vida não pára esperando por ninguém, ao contrário, segue em um ritmo frenético, e eu de uma covardia sem tamanho, ainda não tinha voltado a casa em que passei a maior parte da minha vida. Essa semana foi inevitável, tive que ir lá e ao entrar e ver aquele vazio tomando conta dela, me fez chorar muito. De repente eu percebi que embora a grama ainda esteja verde a casa também morreu um pouco junto com ele.
O certo é que em minha memória sempre estará aquela casa branca, de portas e janelas vermelhas, jardim bem cuidado, vovô lendo um livro, vovó fazendo seu crochê enquanto eu, protegida por eles, sonhava com um mundo cor de rosa.
* Texto publicado no jornal Página 20 de 17 de julho de 2011.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Onde estão os mocinhos?
Então a Natalie Lamour colocou as asinhas de fora?! A mocinha que só queria se dar bem na vida, que tinha um bom coração e até chegava a ser ingênua, quando soube que o marido havia colocado a casa onde moravam no nome da mãe dela, voltou correndo pra dar o troco no enteado e expulsá-lo de casa.
Será que em algum momento a moça percebeu que sua mãe, uma mulher trabalhadora e honesta poderia ser arrastada pra lama e até presa por causa da esperteza do marido dela? Se fosse uns dois capítulos atrás eu até diria que não, mas agora minha resposta é sim.
Sim, ela sempre soube das bandidagens dele; Sim, ela sabe que a mãe pode ser presa a qualquer momento, mas e daí? O importante é seguir aproveitando tudo de bom que o dinheiro puder comprar. Não importa se para isso seja necessário ir para cama com um homem enquanto seu marido está na cadeia, não importa jogar charminho pro carcereiro, não importa expulsar de casa o dono de fato, não importam nem os conselhos da mãe.
Aquelas armações para se dar bem, onde ela conseguia jogar as concorrentes umas contra as outras para depois sair sozinha na capa da revista, já eram. Afinal, com o passar do tempo a gente vai se especializando, se aperfeiçoando e foi isso que ela fez. De golpe em golpe, chegou onde está, e nem se quer se importa com o risco que está correndo ao viver ao lado de um homem tão inescrupuloso quanto aquele.
Engraçado como nós vamos nos envolvendo e torcendo para que a vingança dê certo. Outro dia até escrevi sobre isso, mas a personagem em questão era a Norma. Hoje, sinceramente, pra mim já deu o que tinha que dar. A tão esperada e merecida vingança contra o Leonardo Brandão já está é enchendo o saco, pois enfim, também existem outros personagens precisando se vingar e até mesmo dependendo dessa vingança para que suas vidas voltem ao curso natural.
E cá pra nós, vocês acham que aquele tipo de humilhação da pagando alguma coisa? O cara ta escondido da polícia e do Cortez e depois de tudo o castigo dele é servir mesa e engraxar sapato? Francamente! Enquanto isso, a gente segue acompanhando o mal se dando bem. A Norma encheu a casa do Teodoro de bandidos; O mau caráter do Vinícius só aprontando e todo mundo achando que ele é um anjo de candura; E a tal da Natalie achando que tá por cima da carne seca. Só nos resta esperar as cenas dos próximos capítulos.
Mas mudando de assunto, semana passada fui ao Rio de Janeiro, coisa boa é aprender sempre mais e estar junto da família. Eu consegui unir estas duas coisas. Mas nunca tinha ido lá que não fosse em janeiro. O reencontro não foi como antigamente, dessa vez não tinha o sabor das férias, o calor do sol, o “descompromisso” do horário. Agora o tempo foi curto e o dia corrido, parecia outro Rio.
O fim de tarde foi menos descontraído, o frio insistiu em dizer que a qualquer momento estaria presente e a noite sempre chegava mais cedo. Foram exatos cinco anos sem ir lá e tudo ficou tão diferente. Não ouvi mais os gritos dos vendedores na praia que antigamente passavam gritando “olha o mate, olha o leão”, “Olha o biscoito salgado e doce” ou ainda “Olha o cuscuz e a cocada”.
Até mesmo o mar de Copacabana se modificou, está mais perto, tem menos areia entre o calçadão e a água. A Rocinha agora desceu do morro, ta rua fazendo fronteira com São Conrado. E mesmo com todas essas mudanças a paisagem continua linda e de tirar o fôlego, não é a toa que lá ficou conhecido por cidade maravilhosa. Bom domingo!
* Texto publicado no Jornal Página de 10 de Junho de 2011.
Será que em algum momento a moça percebeu que sua mãe, uma mulher trabalhadora e honesta poderia ser arrastada pra lama e até presa por causa da esperteza do marido dela? Se fosse uns dois capítulos atrás eu até diria que não, mas agora minha resposta é sim.
Sim, ela sempre soube das bandidagens dele; Sim, ela sabe que a mãe pode ser presa a qualquer momento, mas e daí? O importante é seguir aproveitando tudo de bom que o dinheiro puder comprar. Não importa se para isso seja necessário ir para cama com um homem enquanto seu marido está na cadeia, não importa jogar charminho pro carcereiro, não importa expulsar de casa o dono de fato, não importam nem os conselhos da mãe.
Aquelas armações para se dar bem, onde ela conseguia jogar as concorrentes umas contra as outras para depois sair sozinha na capa da revista, já eram. Afinal, com o passar do tempo a gente vai se especializando, se aperfeiçoando e foi isso que ela fez. De golpe em golpe, chegou onde está, e nem se quer se importa com o risco que está correndo ao viver ao lado de um homem tão inescrupuloso quanto aquele.
Engraçado como nós vamos nos envolvendo e torcendo para que a vingança dê certo. Outro dia até escrevi sobre isso, mas a personagem em questão era a Norma. Hoje, sinceramente, pra mim já deu o que tinha que dar. A tão esperada e merecida vingança contra o Leonardo Brandão já está é enchendo o saco, pois enfim, também existem outros personagens precisando se vingar e até mesmo dependendo dessa vingança para que suas vidas voltem ao curso natural.
E cá pra nós, vocês acham que aquele tipo de humilhação da pagando alguma coisa? O cara ta escondido da polícia e do Cortez e depois de tudo o castigo dele é servir mesa e engraxar sapato? Francamente! Enquanto isso, a gente segue acompanhando o mal se dando bem. A Norma encheu a casa do Teodoro de bandidos; O mau caráter do Vinícius só aprontando e todo mundo achando que ele é um anjo de candura; E a tal da Natalie achando que tá por cima da carne seca. Só nos resta esperar as cenas dos próximos capítulos.
Mas mudando de assunto, semana passada fui ao Rio de Janeiro, coisa boa é aprender sempre mais e estar junto da família. Eu consegui unir estas duas coisas. Mas nunca tinha ido lá que não fosse em janeiro. O reencontro não foi como antigamente, dessa vez não tinha o sabor das férias, o calor do sol, o “descompromisso” do horário. Agora o tempo foi curto e o dia corrido, parecia outro Rio.
O fim de tarde foi menos descontraído, o frio insistiu em dizer que a qualquer momento estaria presente e a noite sempre chegava mais cedo. Foram exatos cinco anos sem ir lá e tudo ficou tão diferente. Não ouvi mais os gritos dos vendedores na praia que antigamente passavam gritando “olha o mate, olha o leão”, “Olha o biscoito salgado e doce” ou ainda “Olha o cuscuz e a cocada”.
Até mesmo o mar de Copacabana se modificou, está mais perto, tem menos areia entre o calçadão e a água. A Rocinha agora desceu do morro, ta rua fazendo fronteira com São Conrado. E mesmo com todas essas mudanças a paisagem continua linda e de tirar o fôlego, não é a toa que lá ficou conhecido por cidade maravilhosa. Bom domingo!
* Texto publicado no Jornal Página de 10 de Junho de 2011.
Cavalo de Tróia
Em 2008 três importantes instituições divulgaram pesquisas que apontavam o mesmo fenômeno: o surgimento de uma nova classe média no Brasil. A Fundação Getúlio Vargas, O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o Instituto Ipsos falavam em algo como 20 de milhões de brasileiros que melhoraram seu poder aquisitivo.
Passados quatro anos, esse novo perfil brasileiro, refletiu diretamente nos meios de transportes utilizados para se fazer turismo. Há algum tempo, viajar de avião deixou de ser privilégio de poucos. Seja para passeio, férias ou negócios o avião está cada vez mais substituindo o ônibus. A rapidez na locomoção, facilidades de pagamento e preços acessíveis estão entre os principais motivos dessa troca.
Enquanto o consumidor estimulado pelo crédito facilitado, se deixa endividar de tamanha forma que se vê as voltas com dívidas cinco, seis vezes maiores que a sua renda anual.
Esse mesmo consumidor ficou acostumado a comprar sem ter dinheiro e aprendeu a fazer empréstimo para tudo, para comprar carro, casa, viagem de férias. Porém, o pagamento vem depois, em longas prestações e juros altíssimos.
Então, como explicar o furor consumista em comprar, comprar e comprar? Muito simples, tudo no crediário ou no cartão de crédito na maioria das vezes, sem entrada e em dezenas de prestações, engorda os olhos.
No entanto, quem gosta mesmo dessa onda consumista são os bancos, que, aliás, preferem chamar esse fenômeno de “aumento do poder de compra da classe baixa”, a verdade é que os juros são altos e o povo não está nem ai. O importante é comprar a TV de plasma hoje e pagar somente no ano que vem. Poupar para depois comprar o objeto do desejo está fora de cogitação.
Na sociedade imediatista de hoje ninguém pode esperar. O pensamento é: quando a bolha estourar, a gente resolve. Deus sabe como!
* Texto publicado no Jornal Página 20 de 19 de Junho de 2011.
Passados quatro anos, esse novo perfil brasileiro, refletiu diretamente nos meios de transportes utilizados para se fazer turismo. Há algum tempo, viajar de avião deixou de ser privilégio de poucos. Seja para passeio, férias ou negócios o avião está cada vez mais substituindo o ônibus. A rapidez na locomoção, facilidades de pagamento e preços acessíveis estão entre os principais motivos dessa troca.
Enquanto o consumidor estimulado pelo crédito facilitado, se deixa endividar de tamanha forma que se vê as voltas com dívidas cinco, seis vezes maiores que a sua renda anual.
Esse mesmo consumidor ficou acostumado a comprar sem ter dinheiro e aprendeu a fazer empréstimo para tudo, para comprar carro, casa, viagem de férias. Porém, o pagamento vem depois, em longas prestações e juros altíssimos.
Então, como explicar o furor consumista em comprar, comprar e comprar? Muito simples, tudo no crediário ou no cartão de crédito na maioria das vezes, sem entrada e em dezenas de prestações, engorda os olhos.
No entanto, quem gosta mesmo dessa onda consumista são os bancos, que, aliás, preferem chamar esse fenômeno de “aumento do poder de compra da classe baixa”, a verdade é que os juros são altos e o povo não está nem ai. O importante é comprar a TV de plasma hoje e pagar somente no ano que vem. Poupar para depois comprar o objeto do desejo está fora de cogitação.
Na sociedade imediatista de hoje ninguém pode esperar. O pensamento é: quando a bolha estourar, a gente resolve. Deus sabe como!
* Texto publicado no Jornal Página 20 de 19 de Junho de 2011.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Estudo ou trabalho?
A série “A Grande Família”, apresentada pela Rede Globo, nos mostra de forma bem caricaturada a vida da classe média no Brasil. A mãe protetora e curadora do lar; O pai que consegue proporcionar a todos um certo conforto, graças ao trabalho suado; O filho na fase adulta que não gosta nem de estudar nem de trabalhar e por fim, uma filha casada que sempre recorre a aos auxílios financeiros do pai.
O último episódio mostrava a imensa dificuldade que uma pessoa tem de arrumar emprego sem experiência e estudo, sem falar, no valor baixíssimo do salário. Mostrava também a imensa decepção do pai ao saber que o filho havia abandonado o curso de medicina veterinária.
Essas são situações que, com certeza, algumas famílias passam. Eu mesma, quando terminei o segundo grau, meti na cabeça que o negócio era trabalhar. Passei mais de dez anos parada até que acordei e percebi que um diploma de nível superior faz muita diferença na vida de uma pessoa. Claro que existem as exceções, aqueles que já nascem ricos ou que por um capricho do destino se deram muitíssimo bem em alguma coisa, como foi o caso de William Henry Gates III.
Não sabe quem é leitor? Ele é um magnata, que ficou conhecido por fundar, junto com um amigo, a maior e mais conhecida empresa de software do mundo. Regularmente é classificado como a pessoa mais rica do planeta. A empresa a qual me refiro chama-se Microsoft e ele Bill Gates.
O destino quis que assim o fosse, mas nem todos têm a sorte de Gates, é quase como acertar na loteria. E é por isso que nossos pais se preocupam tanto com nossos estudos e mais tarde nós passamos a nos preocupar com os estudos de nossos filhos.
Quando nasce uma criança já começamos a fazer planos, esse vai ser atleta, essa é minha bailarina, um grande médico, juiz, advogado, professor e assim vai. Acho difícil alguém pegar um filho no colo e pensar esse vai ser um grande taxista, uma boa empregada doméstica. Não estou desmerecendo o trabalho dessas pessoas, mas é que sempre queremos o que há de melhor, o mais caro, o que paga mais.
Tempos atrás li, chocada, um artigo de uma jornalista dizendo ao filho para em vez de estudar, que ele fosse atrás de trabalhar, pois ela havia vencido na vida as custas do trabalho e só depois de muito tempo havia entrado em uma faculdade e se formado e que nem se sentiu tão feliz assim, quando recebeu o diploma.
Juro pra vocês que a cada linha que eu lia, eu me assustava mais ainda. Talvez eu seja ultrapassada, careta, sei lá. Mas se uma mãe não incentiva o filho a estudar quem fará isso?
Ainda me lembro do meu pai, todos os dias me dizendo “minha filha, eu vejo você repetindo meus erros e não consigo fazer nada pra mudar isso, porque você não me escuta. Isso me dói tanto”. Papai largou o curso de economia pela metade, e estava se referindo a eu não ter me formado.
Na época eu achava uma chatice, mas hoje, compreendo muito bem a importância dos estudos na vida de uma pessoa. Quero que minhas filhas estudem, se formem e sejam alguém melhor do que eu mesma tenho sido. Quero vê-las independentes e felizes. E sei que é muito mais fácil contar com estudo e trabalho do que com exceções e loterias.
*Texto publicado no Jornal Página 20 em 12-Jun-2011
O último episódio mostrava a imensa dificuldade que uma pessoa tem de arrumar emprego sem experiência e estudo, sem falar, no valor baixíssimo do salário. Mostrava também a imensa decepção do pai ao saber que o filho havia abandonado o curso de medicina veterinária.
Essas são situações que, com certeza, algumas famílias passam. Eu mesma, quando terminei o segundo grau, meti na cabeça que o negócio era trabalhar. Passei mais de dez anos parada até que acordei e percebi que um diploma de nível superior faz muita diferença na vida de uma pessoa. Claro que existem as exceções, aqueles que já nascem ricos ou que por um capricho do destino se deram muitíssimo bem em alguma coisa, como foi o caso de William Henry Gates III.
Não sabe quem é leitor? Ele é um magnata, que ficou conhecido por fundar, junto com um amigo, a maior e mais conhecida empresa de software do mundo. Regularmente é classificado como a pessoa mais rica do planeta. A empresa a qual me refiro chama-se Microsoft e ele Bill Gates.
O destino quis que assim o fosse, mas nem todos têm a sorte de Gates, é quase como acertar na loteria. E é por isso que nossos pais se preocupam tanto com nossos estudos e mais tarde nós passamos a nos preocupar com os estudos de nossos filhos.
Quando nasce uma criança já começamos a fazer planos, esse vai ser atleta, essa é minha bailarina, um grande médico, juiz, advogado, professor e assim vai. Acho difícil alguém pegar um filho no colo e pensar esse vai ser um grande taxista, uma boa empregada doméstica. Não estou desmerecendo o trabalho dessas pessoas, mas é que sempre queremos o que há de melhor, o mais caro, o que paga mais.
Tempos atrás li, chocada, um artigo de uma jornalista dizendo ao filho para em vez de estudar, que ele fosse atrás de trabalhar, pois ela havia vencido na vida as custas do trabalho e só depois de muito tempo havia entrado em uma faculdade e se formado e que nem se sentiu tão feliz assim, quando recebeu o diploma.
Juro pra vocês que a cada linha que eu lia, eu me assustava mais ainda. Talvez eu seja ultrapassada, careta, sei lá. Mas se uma mãe não incentiva o filho a estudar quem fará isso?
Ainda me lembro do meu pai, todos os dias me dizendo “minha filha, eu vejo você repetindo meus erros e não consigo fazer nada pra mudar isso, porque você não me escuta. Isso me dói tanto”. Papai largou o curso de economia pela metade, e estava se referindo a eu não ter me formado.
Na época eu achava uma chatice, mas hoje, compreendo muito bem a importância dos estudos na vida de uma pessoa. Quero que minhas filhas estudem, se formem e sejam alguém melhor do que eu mesma tenho sido. Quero vê-las independentes e felizes. E sei que é muito mais fácil contar com estudo e trabalho do que com exceções e loterias.
*Texto publicado no Jornal Página 20 em 12-Jun-2011
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