quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A história de nós dois

Ainda me lembro quando fui ao consultório médico fazer um exame para ver como andava o tamanho de um mioma que havia aparecido. Nesse dia recebi a notícia de que seria inevitável uma cirurgia para realização da retirada de meu útero. As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Durante o percurso para chegar até o carro mais e mais lágrimas. Entrei e na segurança do meu carro eu chorei ainda mais.

Eu então solteira, com 33 anos, não poderia mais ter filhos. Deus já havia me presenteado com uma filha, mas eu queria mais. Lembrei das vezes que eu costumava confidenciar as minhas amigas que se eu tivesse a chance de escolher o sexo do próximo filho eu queria outra menina.

Depois caí na real e vi que eu estava sozinha. Sem nenhum companheiro para segurar minha mão. Sem ninguém para compartilhar a enorme frustração. Comecei a rezar. Pedi a Deus que me trouxesse alguém para ajudar a passar por isso. Claro que eu teria minhas amigas sempre por perto, mas cada uma tem seus afazeres, seus maridos, seus filhos, enfim.

Com o resultado do exame na mão só restou procurar meu ginecologista. Atencioso como sempre, ele conversou muito comigo. Explicou que ainda tentaria um tratamento para que o mioma diminuísse e não houvesse necessidade de retirar o útero. Não funcionou.

No entanto, durante o período que durou o tratamento, conheci um rapaz. Ele vinha de São Paulo recém separado e não tinha filhos. Aliás, filhos era seu grande sonho. Ficamos amigos. Algum tempo depois, fui convidada para o aniversário de um outro amigo, já tinha confirmado presença e aceitado minha condição de solteira quando o aniversariante me liga se prontificando a convidar também meu namorado. Ora bolas! Que namorado? Pensei. No entanto, surgiu uma idéia, dessas que a gente tem quando ainda cursa o ensino médio. Vou chamar meu novo amigo para fingirmos sermos namorados.

Não deu outra. Ele aceitou. Fingimos tão bem que antes do final da noite já estávamos aos beijos. No outro dia, foi um telefonema, no outro sorvete, quando dei por mim já estávamos namorando de verdade. O tempo foi passando e o inevitável aconteceu. Era hora de marcar a cirurgia.

Após uma conversa com o já namorado, expliquei tudo sobre a cirurgia e suas conseqüências. Ele me contou sobre sua enorme vontade de ser pai. Choramos juntos, mas também foi juntos que passamos pela cirurgia. Deus ouviu as minhas preces. Eu não tinha alguém somente para segurar minha mão, mas tive alguém que cuidou de mim. Dedicou seu tempo para estar ao meu lado enquanto eu aos poucos me recuperava.

Ficamos noivos, hoje estamos casados. Temos planos de futuramente adotarmos uma criança. E se usarmos o joguinho do contente da Pollyana, podemos concluir que temos a sorte de escolher o sexo da criança. Por enquanto, levamos a vida caducando com nossa gatinha de nome Florzinha e que quase, eu disse, quase nascia siamesa.

Autoridade e autoritarismo: a sutil diferença

Durante nossas vidas, passam pessoas que sempre confundem autoridade com autoritarismo. São pais, irmãos, médicos, chefes e por aí vai. Fazem uso de gritos e ameaças como quem bebe água.

O interessante é que essas pessoas não percebem que conseguem as coisas através do pânico que implantam nos outros e não pela vontade própria de quem está fazendo. Aliás, saber mandar é uma virtude.

Eu convivi dentro de casa com um exemplo de autoridade durante boa parte da minha vida. Ele se chama José Higino de Sousa Filho, meu avô.

Vovô foi durante muitos anos diretor do Serviço Social da Indústria (Sesi) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). (Por sinal, quando eu era criança, meu sonho era estudar no Senai para fazer mecânica, mas isso é tema para outra Conversa de Calçada.)

Voltando ao nosso assunto, ele sempre prezou pelo convívio com seus colegas de trabalho. Eu nunca soube de um ‘destemperamento’ dele com seus subordinados. Ao contrário, sempre que tinha uma reclamação a fazer, ele os chamava a seu gabinete.

Ele não fazia uso de plateias para dizer algo que não caminhava ou que estava errado. Dizia o que tinha que ser dito sem mudar o tom de voz, sem ofensas e humilhações, mas, principalmente, só para quem tinha que ouvir.

Graças a essa maneira de agir ele tornou-se querido e admirado por todos de lá. Não é difícil eu encontrar com alguém na rua que me reconheça como a “neta do seu José Higino”, sejam ex-alunos ou ex-funcionários. Eles sempre dizem: ‘Se tem um homem correto, tá aí! Correto e educado’.

Vovô era daqueles chefes que davam o bom exemplo - chegava cedo e não fazia uso do bem público em favor de si.

Hoje, aos 80 anos de idade, ele ainda trabalha no Senai. E quando tem as reuniões de confraternizações, é explícito o carinho que todos sentem por ele. “Seu Zé Higino, sente aqui”. “Seu Zé Higino coma uma carninha aqui”. “Seu Zé Higino, o senhor tá precisando de alguma coisa?”. E olha que ele nem é mais chefe por lá...

Para mim (e espero que para todos que estão lendo o blog), fica a lição de que, por maior que seja o cargo que ocupamos, devemos sempre tratar com respeito as pessoas que fazem parte do nosso ambiente de trabalho, pois é com elas que passamos a maior parte do dia, muitas vezes mais até do que com a nossa família.

Fica a dica!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

As fotos comprovam: eu desencalhei!



Vou confessar que deu vontade de morder de verdade.

O mais importante da festa: as alianças e o bolo.

Vendo semi-jóias. rsrs

Nós.

Nós e o buquê.

Os padrinhos mágicos.
(Dora, Correinha e a sapequinha da Isadora)

Família formada pela famosa promoção do pague um e leve dois.
(Ana Júlia, Aires e eu)

E não é que ele é alto mesmo?!

Meu muito obrigada

No dia 31 de julho, eu e Aires nos casamos no civil (tinha que ser em julho porque o sete é o número da sorte dele). Embora eu tivesse me preparado psicologicamente para isso, tremi igual vara verde enquanto nos dirigíamos ao fórum.

No caminho o telefone não parava de tocar, era meu pai dizendo que ainda estava na loja comprando uma calça, os meu padrinhos pedindo informações porque não sabiam onde era e minhas amigas perguntando se eu já tinha chegado. Claro que eu como uma boa noiva estava atrasada, e os telefonemas me deixaram mais nervosa ainda.

Por falar em padrinhos, a escolha não foi difícil. Correinha (Se eu dissesse Pedro Gomes ninguém vai saber quem é) e Dora. Ele é um pouco de tudo para mim. Sobrinho da minha avó Mariinha, assim como eu, foi criado por ela. Por isso, passou a ser além de primo, tio (por ter sido criado junto com mamãe), irmão (por ainda estar por lá quando eu cheguei) e compadre (por me dar seu filho em batismo).

Embora Aires e eu já estivéssemos dividindo o mesmo teto há um tempinho, o simples ato de assinar um papel para “sair da clandestinidade” é como diria o Neil Armstrong (primeiro astronauta a pisar na lua, segundo ele e os EUA, porque eu faço parte dos que crêem na teoria conspiratória, de que foi tudo armação, mas enfim a frase é legal e eu vou parodiar) um pequeno passo individualmente, mas um grande salto para o casal.

Enfim, enquanto minhas amigas se dividiam entre as que arrumavam o local da recepção, eu me casava. Por chegar atrasada, passamos de primeiro casal a último e foi muito bom, já que eu tive a cara de pau de pedir ao oficial que aguardasse um pouco, pois, meu pai acabara de ligar dizendo que estava estacionando o carro. Depois do “aceito” e do beijo, foram só fotos, fotos e mais fotos.

Foi um casamento simples, mas muito grandioso para mim. Foi por causa dele que observei o quanto sou uma pessoa de sorte, pois fui cercada de carinho por todo mundo que de um modo ou de outro participaram dele, desde o bolo até o vestido, todos foram maravilhosos.

Se eu contar pra vocês que eu deixei para procurar o vestido na véspera do casamento, alguém ai vai acreditar? Pois foi o que eu fiz. Rodei da Iris Tavares à Sobral e nada. Foi então que me lembrei da dona Neline, uma costureira de mão cheia especializada em vestidos de casamento, sejam noivas, damas de honra ou madrinhas. Lá encontrei o vestido. Ela foi super atenciosa, mas claro que antes me deu uma puxada de orelha por ser tão displicente.

O bolo e os doces foi outro banho de carinho que ganhei. Dessa vez da dona Rocilda. E não é porque eram do meu casamento, mas foram os mais gostosos que já comi.

E o que falar das tias Heledirce e Heliana, que dedicaram parte do seu tempo para arrumar os enfeites da mesa? Tia Felícia que veio de Floripa especialmente representando a Karine e nos prestigiou com uma de suas receitas deleciosas? Suhzinha que gentilmente me ofereceu o restaurante dela para que pudéssemos partir o bolo? Bila, Mirna, Suely que não foram ao fórum porque estavam suando a camisa para que tudo ficasse perfeito na hora que eu chegasse? A Flora que foi comigo rodar embaixo do sol quente no comércio, atrás de alguns itens? Laura que cedeu um monte de coisa pro ambiente ficar lindo? O Rudá, meu afilhado querido que gravou os CDs para que pudesse dar aos amigos. As minhas primas Solange e Nina que dedicaram tardes inteiras nas confecções das lembranças? Não tenho o que falar. Só tenho a agradecer. Minhas amigas foram tão detalhistas que se preocuparam inclusive em estarem presentes no fórum. E lá estavam Saluana, Mabel e mais uma vez a Flora.

Um dia após o casamento, meu pai me chamou para uma conversa séria. Veio dizer que eu precisava tratar muito bem minhas amigas porque elas são pessoas especiais. Isso eu sempre soube, por isso estão na minha vida até hoje. Dizem que os amigos são os irmãos que nós escolhemos ter. Eu tenho certeza que eu escolhi as irmãs certas.

Vamos lá, seguindo a ordem das legendas, da esquerda para a direita:

Tia Heliana, tia Clívia, tia Felícia (escondidinha), Cydia, Mabel, Salu, Mirna, eu, Bila, Suely, tia Heledirce, Márcia e o pessoal do segundo andar Flora, Aires e Suhzy.