sábado, 22 de maio de 2010

Somos politizados ou politiqueiros?

A palavra política tem origem nos tempos em que os gregos estavam organizados em cidades-estados chamadas de “polis”. Também poderia significar sociedade, comunidade, coletividade e outros definições referentes à vida urbana.




Politizado desde seu nascimento, o Acre é um dos estados onde a popupalação mais se envolve com a política. Claro que vale ressaltar que somos um Estado sem polos industriais ou mesmo comércios fortes.



Isso faz com que a renda familiar do acreano gire em torno dos órgãos governamentais. Faz também com que cada um defenda com unhas e dentes não só seu candidato, mas seu emprego, o da esposa, o da mãe ou até mesmo de um vizinho bacana.



Assim, sejam as eleições majoritárias ou simplesmente para presidentes de bairros, tornam-se verdadeiras batalhas, guerras de vida ou morte, separando famílias e quebrando amizades.



às vezes me pergunto se realmente somos politizados ou politiqueiros, se fazemos política ou politicagem. E claro prefiro acreditar que somos politizados e fazemos política, que somos cidadãos peocupados com o crescimento do estado e dos nossos municípios. E é isso que nos leva a balançar bandeiras, vestir camisas e encarar passeatas, cicleatas e carreatas.



Fico pensando naqueles políticos de antigamente, que passavam quatro anos no poder e nada faziam além de enriquecerem seus bolsos. Infelizmente alguns ainda circulam até hoje pela política. E são caras de paus. Esses dias mesmo abri os jornais e lá estava a foto de um determinado político em cada um dos quatro jornais impressos que circulam na cidade, reapareceu de uma hora pra outra.



Eu nem lembrava que ele estava lá em Brasília representando nossos interesses. Mas ja estamos chegando numa fase em que o funil está se estreitando cada vez mais, afinal as eleições estão batendo na porta. E essa é hora ideal para o homem invisivel aparecer do nada e lançar sua campanha.



Confesso que na minha adolescência eu era bem mais ativa politicamente do que sou hoje. Eu gostava dos embates nas escadas o colégio meta, fiquei feliz quando o comitê do PT se mudou para a minha rua, gastava sem nenhum peso na consciência toda a minha mesada em camisetas pintadas com cores vibrantes (que hoje voltaram a moda) e enchia minha bicicleta com adevisos dos meus candidatos.



Meus cabelos não são os mesmos, mas, meus candidatos sim. Acho que isso indica que continuo com a mesma linha de raciocínio político, acreditando nos mesmos ideiais e que claro, não me decepcionei com eles.

Publicado no Jornal Página 20, em 04 de maio de 2010

Mais um capítulo da série Ciladas da Maternidade

Com um desejo enorme de assistir ao show de uma de suas bandas de música favorita, minha filha ganhou de aniversário de sua fada-madrinha o tão desejado presente. Assim sendo, já que por aqui só chegam bandas de forró, pagode e agora gospel também, partimos rumo a São Paulo.




Depois de pegar um engarrafamento bem a moda paulistana e pagar uma fortuna de taxi, ainda tivemos que enfrentar uma fila quilométrica que durou exatos 150 minutos e estava lotada de adolescentes punks, funks, emos ou sei lá o quê. Mas eu estava lá, firme, forte, segurando a onda e ‘achando’ tudo normal, afinal, o importante era estar segurando a mão de minha filha nesse momento tão importante para ela. Minha grande sorte foi ter optado pelo bom e velho all star, que me garantiu total conforto aos pés, durante essa via sacra, digo, esse show.



Como boa mãe que sou, tratei logo de passar uma boa olhada em todos que estavam por ali (pra não dizer que passei em revista) e vou contar para vocês que a maioria dos adolescentes tinham cabelos mal cortados, assanhados e coloridos (só a metade pra dar mais estilo) e restante estava de óculos escuros (wayfarer).

Como diria Renato Russo se vivo fosse, festa estranha com adolescente esquisito, eu não to legal. Eu só ficava me perguntando o que essa moçada de hoje tem contra pentes e escovas. Sem contar com os tênis mega-ultra-power coloridos. O mais lindo de todos os arco-íris se torna completamente opaco na frente deles.



Foi quando de repente, olhei para meu próprio umbigo e vi minha filha, minha filhinha linda, aquela princesinha que mamãe criou com todo mimo para ser a delicadeza em pessoa, trajando uma camiseta branca com uma estampa psicodélica, shorts rosa, meia calça roxa, tênis coloridos e cabelo pintado só da metade pra baixo (pra dar mais estilo e tal...).



Vi também que ali, ela não era diferente de ninguém, porque naquele momento ela estava no meio da sua tribo, a tribo dos pés coloridos e cabelos assanhados, já eu, bem... não posso dizer o mesmo. Afinal, camiseta marrom, calça jeans, tênis discreto e rabo de cavalo não combinam nem um pouco com o estilo deles (sem falar na diferença de idade que era gritante). Ali, a diferente era eu.



E vocês, caros leitores, sabem o que é pior de tudo isso? Depois de enfrentar engarrafamento, fila que dobrava em duas esquinas e ser chamada de tia, eu não sabia sequer o nome da banda, quiçá conhecer uma mísera música. Ossos do ofício da maternidade. #Beijosemeretwitta

Publicado no Jonal Página 20, em 09 de maio de 2010

O trânsito no mundo perfeito

Não se pode negar que a cada dia que passa a frota de veículos automotivos de Rio Branco só aumenta. É claro que isso gera lentidão na fluidez do trânsito, mas é preciso que não só os órgãos responsáveis pelo trânsito faça sua parte, é necessário também que o condutor se conscientize e comece a agir (dirigir) em prol de todos e não de si só.




Certa vez já escrevi aqui e volto a repetir, muitas de nossas ruas são heranças de caminhos traçados pelos seringueiros ao longo das árvores para que pudessem fazer o processo de extração do látex, as chamadas trilhas de seringa. Isso justifica as ruas estreitas que encontramos em alguns bairros de nossa capital.

Rio Branco não é mais vista como uma localidade acanhada localizada no meio a Floresta Amazônica, ela agora é uma cidade digna de ser capital de seu estado. Deu um grande salto de 15 anos para cá. Ponto para nossos governantes e bom para nós.



No entanto, não só aqui, mas em todo e qualquer país o trânsito será sempre um grande problema. Semana passada li o artigo de um colega jornalista no qual ele reclamava dos congestionamentos, das multas e até da retirada dos flanelinhas do centro da cidade. Não vou mentir que em alguns pontos questionados eu fiquei pasma.



O ator Reynaldo Gianecchini, falou em uma entrevista no programa Estúdio I da GloboNews, que o brasileiro era malandro, adorava se especializar em trambiques e dribles na lei. Infelizmente o que ele falou é uma verdade, claro que não se pode generalizar, mas como diz o ditado o santo sempre paga pelo pecador.



Eu mesma conheço o caso de uma pessoa que mora em São Paulo e para driblar o rodízio de carros aplicado lá para tentar melhorar não só o trânsito, mas também a poluição, não se faz de rogado, aluga um veículo e mesmo em dias que teoricamente não poderia rodar de carro pelas ruas, consegue transitar livremente.

É bem verdade que com os preços e a formas facilitadíssimas de pagamento, hoje é mais fácil comprar um carro do que uma televisão. Isso, faz com que as famílias que antigamente possuíam só um carro para atender a todos, agora tenham dois, três, quatro ou mais carros estacionados em suas garagens.

E é agora que entra o ponto em que quero tocar, o pior de tudo, é que quando a família sai, cada um vai no seu carro, mesmo que estejam indo todos para a casa da vovó. Gente é preciso sim, cobrar dos órgãos reguladores e fiscalizadores, mas também precisamos fazer nossa parte.



Precisamos dar bom exemplo para nossos filhos, para que eles cresçam conscientes de que ao contrário do que afirmou meu colega em seu artigo, quando diz que motoristas desatentos estão sendo multados, eu digo que o condutor de veículo não deve jamais ser desatento e principalmente negligente com as leis de trânsito, pois isso pode causar um grave acidente, inclusive com vítimas fatais.



No trânsito não se brinca, não é um vídeo game onde a mesma jogada pode ser repetida infinitas vezes até que se consiga passar de fase. Não adianta nossas autoridades tomarem medidas como a sincronia dos semáforos, cadeirinha para crianças, uso do cinto de segurança, blitz educativa e tudo mais, se nós, enquanto motoristas, não cumprimos leis que estão ai para nos servir e principalmente nos proteger.

Agora, o assunto que mais me deixou boqueaberta foi quando meu colega questiona sobre a retirada dos flanelinhas das ruas. Não sei ele, mas eu sempre me senti coagida a dar dinheiro e pagar pelo estacionamento que eles estavam ‘gentilmente’ oferecendo, caso contrário, ao chegar eu corro o risco de encontrar meu carro arranhado, amassado ou ter o som roubado.



Finalizo com a frase de Julyver Modesto de Araújo, mestre em direito e presidente da Associação Brasileira dos Profissionais de Trânsito: “No meu mundo perfeito, os infratores deveriam se resignar pela multa aplicada, como conseqüência inequívoca de sua conduta”. Bom domingo!

Publicado no Jornal Página 20, em 16 de maio de 2010