quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Nos idos de antigamente

O efeito do progresso na vida das pessoas é uma coisa interessante de se observar. Além das novidades que são trazidas para dentro de nossas casas ele também altera nossos costumes. Quem tem mais de 35 anos com certeza deve lembrar de coisas que se costumavam fazer e que hoje nem se fala mais.


Os vizinhos ainda tinham o hábito de sentar na frente das casas para conversar e as crianças ainda brincavam de elástico, pedrinha, bambolê, cordinha, manja, esconde-esconde, e muita bola no meio da rua.

Hoje é todo mundo muito ocupado. Falar com o vizinho só se casualmente encontrarmos com ele enquanto entramos ou saímos de casa. Brincar na rua é uma ofensa para nossas crianças, já que virtualmente podem brincar de tudo. A internet ta aí pra isso mesmo.

Alguém a ainda se lembra da feirinha de artesanatos que tinha todos os domingos? Começou na praça em frente ao Estádio José de Melo e depois foi para trás do Palácio Rio Branco. Depois da missa, lá era o ponto de encontro da moçada. Funcionava no máximo até as 22 horas, depois disso todo mundo retornava as suas casas.

Depois disso veio o hábito de ir passear no estacionamento do 14 Bis. O Domingo era o dia de maior concentração. Depois das 16 horas ficava lotado. Tinha gente que ia de moto, de carro, de bicicleta e até a pé. O importante era estar lá. O local também se transformou no favorito para os namorados.

Se você dirigia, era jovem e queria ser visto, o local era ideal era passear pela Cohab do Bosque. Quem determinou esse itinerário não sei, mas sei que todo mundo fazia.

Cinema? Só em datas comemorativas como dia dos namorados e assim mesmo para assistir Dio, come ti amo e semana santa para assistir Marcelino pão e vinho. O detalhe é que todos os anos eram os mesmos filmes e o mais engraçado era que lotava.

Nessa época tínhamos arraial e não festival de cultura ou festa julina. As férias de julho duravam 30 dias e as do final do ano três meses (e nem por isso as crianças aprendiam menos).

As empresas aéreas ainda serviam comida e ofertavam, em forma de empréstimo, talheres de inox, cobertas e travesseiros para seus usuários.

Os jovens de hoje costumam fazer seus lazeres em pátios de postos de combustíveis, bebendo cerveja, escutando músicas em volume máximo, para desespero dos pais e dos que moram nas proximidades dos postos.

Não se fazem mais amizades em sala de aula, mas sim, em quartos, através de msns e sites de relacionamentos. O interessante é ver esses amigos virtuais passarem um pelo outro sem ao menos dizer um “oi”. É a frieza nos relacionamentos dos tempos modernos que está chegando também ao Acre, mesmo sendo uma terra de muros baixos.

* Texto publicado no jornal Página 20 de 20/09/2009.

Um comentário:

  1. Gostei muito do teu blog, suas postagens são excelentes.
    Estou de seguindo e vou te linkar na lista dos meus favoritos, você sim merece.

    Passa por lá depois!

    http://rebecarocha14.blogspot.com/

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