O preconceito deve habitar a terra desde que o mundo é mundo. Hoje, depois de muitos anos lutando pela igualdade racial, os negros já conseguem ocupar espaços importantes dentro do cenário político, social e cultural de uma sociedade. Não estou dizendo com isso que os anos para trás foram esquecidos, mas que não é mais tão gritante.
Deixando de lado o negro, mas continuando no mesmo assunto, a pessoa obesa vem disputando junto com o fumante um dos primeiros lugares na pirâmide do preconceito. Casos cada dia mais absurdos, vem ocupando espaço nos veículos de comunicação. Um dos mais recentes foi o das professoras que não puderam assumir seus cargos em concurso público face ao excesso de peso. Então quer dizer que o gordo não pode trabalhar?
Eu mesma luto com a balança desde os meus 13 anos. A luta é inglória, pois na maioria das vezes ela sai vencedora. Mas, nesses 23 anos passados, ainda me lembro quando ouvi pela primeira vez na vida que eu estava com pneuzinhos.
O certo é que o padrão imputado na sociedade pelas modelos de passarela é tão prejudicial à saúde quanto os quilos a mais que uma pessoa carrega. Mas, ao olhar para traz e prestando atenção ao longo da história da sociedade percebe-se claramente que o padrão de beleza é estipulado pela classe social mais alta.
No período em que se valorizam mulheres rechonchudas e cheias de dobrinhas, era a época em que somente a realeza e a nobreza possuíam comida com fartura. O restante da população era magra e completamente fora do nível social das gordinhas, logo, era considerada fora do padrão de beleza.
Hoje a mulher bem sucedida é aquela magra, com seios fartos e tudo no lugar. Mesmo esse ‘tudo no lugar’ sendo à base de cirurgias plásticas, aliás, outro hit dessa geração. Rico que é rico fez pelo menos um procedimento cirúrgico para melhorar algo que não estava agradando. E caminhando na mesma linha de raciocínio, de que bonito é o que o dinheiro compra, são elas que estão no topo da beleza.
Pobre de nós, gordinhos felizes, que comemos por prazer e quanto mais comemos mais felizes ficamos, porém, infelizmente nascemos na geração errada ou melhor, na classe social errada, afinal quem não quer ser um milionário?
John Lenon disse que vez que a mulher era o novo negro do mundo. Com o avanço das mulheres (hoje saiu a noticia que elas já são em maior numero de diplomadas em nivel superior nos Estados Unidos, por exemplo) ele, se estivesse vivo, diria exatamente o que você escreveu: Os gordos são os novos negros do mundo.
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