Eleito em quatro de novembro de 2008 como o 44 presidente dos Estados Unidos, Barack Obama assumiu em 20 de janeiro de 2009 o comando da maior potência econômica mundial.
Ao completar um ano de governo, Obama, enfrenta queda na popularidade com ares de super star. Popularidade essa que já era usada contra ele ainda nas eleições, quando seus adversários políticos mostravam vídeos coparando-o, à celebridades do calibre de Madonna e Britney Spears.
De lá para cá foram capas de revistas, jornais, programas de televisão e muitas viagens. Ele está em todas. Filho de pais separados, com pai negro, mãe branca, padrasto asiático e descendência mulçumana, ele é o símbolo da pluralidade cultural, étnica e racial que é os Estados Unidos.
Aliás, uma curiosidade do país é que devido a toda essa diversidade multiracial, ele não tem uma língua própria. O inglês é falado pela imensa maioria e adotado como idioma oficial.
No entanto, ativistas que defendem um único idioma, acreditando que isso é muito importante para a união do país como um todo, entre as décadas de 80 e 90 influenciaram vários estados americanos, que criaram leis definindo o inglês como único idioma legal, ficando com o espanhol o título de segunda língua mais falada dentro da ‘América Prometida’.
Mas, voltando ao Obama, ainda nos nove primeiros meses de mandato foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz, ‘pelos extraordinários esforços para reforçar o papel da diplomacia internacional e a cooperação entre povos’. Enquanto recebia o prêmio o presidente precisa decidir se mandava mais homens do exército para reforçar as tropas no Afeganistão.
A decisão positiva fez com que a indicação fosse questionada, porém, o Comitê do Prêmio Nobel rebateu dizendo que o Presidente dos Estados Unidos havia criado um ambiente novo para a política internacional e que graças a iniciativas como desarmamento e a visão de um mundo sem armas nucleares, além de acenar positivamente a ações que vão ao encontro dos desafios das mudanças climáticas, fez com que o país desempenhasse um papel mais construtivo, além do quê, a escolha havia sido feita pelo que Barack representa e não por realizações efetivas.
O certo é que não adiantou nem choro, nem vela, o Nobel veio para ele e os homens foram para o Afeganistão. Surgiu então, a primeira ranhura na imagem do carismático presidente americano, que em seu discurso de posse disse: “Se existe alguém que ainda duvide que os Estados Unidos sejam o lugar onde todas as coisas são possíveis, que ainda questione a força da nossa democracia, a resposta está aqui esta noite”.
Obama é ‘homem-família’ e não são poucas as vezes que se presenciam gestos de carinhos entre ele e sua esposa Michelle que juntamente com as filhas Malia e Sasha formam uma imagem agradável aos olhos, de pessoas felizes, tornando-se símbolos da típica família americana.
Ao fim de um ano a frente da Casa Branca ele não viu algumas de suas promessas de campanha se realizar. Frustração para ele e para o povo americano que já começa a enxergá-lo com menos crença e com mais cabelos brancos.
* Texto publicado no jornal Página 20, de 24/01/2010.
sábado, 30 de janeiro de 2010
sábado, 23 de janeiro de 2010
Os filhos de Antonia
Antonia era mulher simples. Casada, sete filhos pra criar e um emprego pra ajudar no sustento da casa. Saía para o trabalho muito cedo e só retornava para casa no fim do dia.
Em um domingo nublado, um de seus filhos sumiu. Acostumados a brincar na rua e retornar para casa nos horários das refeições, no primeiro momento que sentiu falta do filho, ela achou que logo estaria chegando.
Mas ele não chegou para o jantar, nem para o café da manhã do outro dia, nem mesmo para os almoços que se seguiram. Antonia já conhecia o sabor amargo da perda, pois já havia visto outro de seus filhos morrer atropelado. É uma dor que sufoca, dizia ela ao contemplar o caixão do filho.
Mas com esse foi diferente. Antonia não sabia o que de fato acontecera ao filho, se estava vivo, se estava morto. Simplesmente ele desaparecera.
Os anos se passaram, ela ainda tem o mesmo emprego. Continua a sair muito cedo para o trabalho, mas desde então, a volta para casa é uma mistura de tristeza por não saber notícias do filho e de esperança de lhe encontrar brincando na rua ou lhe esperando no portão de casa como costumava fazer.
Em um domingo nublado, um de seus filhos sumiu. Acostumados a brincar na rua e retornar para casa nos horários das refeições, no primeiro momento que sentiu falta do filho, ela achou que logo estaria chegando.
Mas ele não chegou para o jantar, nem para o café da manhã do outro dia, nem mesmo para os almoços que se seguiram. Antonia já conhecia o sabor amargo da perda, pois já havia visto outro de seus filhos morrer atropelado. É uma dor que sufoca, dizia ela ao contemplar o caixão do filho.
Mas com esse foi diferente. Antonia não sabia o que de fato acontecera ao filho, se estava vivo, se estava morto. Simplesmente ele desaparecera.
Os anos se passaram, ela ainda tem o mesmo emprego. Continua a sair muito cedo para o trabalho, mas desde então, a volta para casa é uma mistura de tristeza por não saber notícias do filho e de esperança de lhe encontrar brincando na rua ou lhe esperando no portão de casa como costumava fazer.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
O Haiti é aqui
Eu até tentei buscar outro assunto para escrever aqui que não fosse o terremoto no Haiti, mas minha cabeça não pára de lembrar e relembrar toda hora a tragédia que se abateu num país, já tão castigado por golpes políticos e pela pobreza.
Enquanto a rica Europa assiste a tudo tão atônita quanto à própria população do Haiti, uma vez que, muitos por lá nem se quer sabiam da existência de um país tão pobre e muito menos que ainda há no mundo uma forma de pobreza tão agressiva em relação ao ser humano (como dizia Zilda Arns), nosso Brasil arregaça as mangas e toma a frente no que se pode chamar de início da reconstrução não só do país, mas também da dignidade de seu povo.
Além de semelhanças culturais também temos experiências com a fome, a seca e o desemprego. Elaboramos tecnologias de manejos que ajudam no combate a miséria, tais como: reaproveitamento de alimentos através do uso de cascas e talos dos vegetais e desenvolvemos projetos como a Pastoral da Criança, que combate a desnutrição infantil. Tudo isso poderá ser colocado em prática e será de grande valia.
No entanto, é necessário agir rápido. A cada dia que se passa a fome e o desespero aumentam e uma linha muito tênue separa aquele povo da violência. O Estado é frágil e ainda não está organizado, não tem sequer máquinas pesadas para ajudar a limpar a cidade e a tirar de debaixo dos escombros seus mortos.
O que se vê a todo o momento pela televisão são pessoas desnorteadas andando pelas ruas entulhadas de cadáveres e cavando com as próprias mãos em busca de sobreviventes.
Além do trauma físico, a aflição também é com as outras mazelas que sempre se fazem presentes em momentos como esses, em virtude da aglomeração de pessoas. São algumas delas: doenças infecciosas, epidemias de diarréia devido à água e alimentação contaminadas, hepatite A, sarampo e rubéola.
Também é bom lembrar que os corpos em decomposição atraem ratos que se proliferam rapidamente e são causadores da leptospirose e mais adiante, também é preciso se preocupar com as doenças transmitidas por vetores: dengue, malária e o temido HIV, aliás, esse último deve ser um dos enormes receios dos voluntários, pois, grande parte da população haitiana é portadora do vírus e se não houver precaução pode ser que alguém que esteja lá para ajudar, se contamine.
Enquanto algumas celebridades fazem doações milionárias, alias, aqui vale até um parêntese para dizer que até agora a maior foi feita por Gisele Büdchen (um milhão e meio de dólares), ainda há quem ache desnecessário toda essa mobilização mundial em prol do Haiti e se comova muito mais com a tragédia de Angra dos Reis.
Somente uma pessoa que diz nunca sair de seu quarto sem antes se maquiar, mesmo quando está descansando em casa, como é o caso da cantora Sandy (ex-Sandy e Júnior), pode achar isso. Com certeza, ela não sabe que no Haiti as mães produzem biscoitos de barro para alimentar seus filhos e que em muitas famílias é comum se fazer escolhas que não giram em torno da cor do batom ou qual sombra combina com o blush, mas sim, que filhos alimentar e quais serão entregues a própria sorte, sem água e comida, encostados na parede da casa, esperando a morte chegar.
Vejam bem, eu não estou aqui dizendo que Angra não merece atenção, mas se formos comparar as proporções, veremos claramente quem mais precisa de ajuda. As doações em dinheiro estão sendo feitas, mas existem protocolos de entrega e de como se gastá-los que chegam a durar meses, por isso, a importância da doação de alimentos, roupas e remédios.
Termino com um trecho da música Haiti de Caetano Veloso: “E quando você for dar uma volta no Caribe/ (...) e apresentar sua participação inteligente no bloqueio de Cuba/ Pense no Haiti/ Reze pelo Haiti/ O Haiti é aqui/ O Haiti não é aqui...”
Enquanto a rica Europa assiste a tudo tão atônita quanto à própria população do Haiti, uma vez que, muitos por lá nem se quer sabiam da existência de um país tão pobre e muito menos que ainda há no mundo uma forma de pobreza tão agressiva em relação ao ser humano (como dizia Zilda Arns), nosso Brasil arregaça as mangas e toma a frente no que se pode chamar de início da reconstrução não só do país, mas também da dignidade de seu povo.
Além de semelhanças culturais também temos experiências com a fome, a seca e o desemprego. Elaboramos tecnologias de manejos que ajudam no combate a miséria, tais como: reaproveitamento de alimentos através do uso de cascas e talos dos vegetais e desenvolvemos projetos como a Pastoral da Criança, que combate a desnutrição infantil. Tudo isso poderá ser colocado em prática e será de grande valia.
No entanto, é necessário agir rápido. A cada dia que se passa a fome e o desespero aumentam e uma linha muito tênue separa aquele povo da violência. O Estado é frágil e ainda não está organizado, não tem sequer máquinas pesadas para ajudar a limpar a cidade e a tirar de debaixo dos escombros seus mortos.
O que se vê a todo o momento pela televisão são pessoas desnorteadas andando pelas ruas entulhadas de cadáveres e cavando com as próprias mãos em busca de sobreviventes.
Além do trauma físico, a aflição também é com as outras mazelas que sempre se fazem presentes em momentos como esses, em virtude da aglomeração de pessoas. São algumas delas: doenças infecciosas, epidemias de diarréia devido à água e alimentação contaminadas, hepatite A, sarampo e rubéola.
Também é bom lembrar que os corpos em decomposição atraem ratos que se proliferam rapidamente e são causadores da leptospirose e mais adiante, também é preciso se preocupar com as doenças transmitidas por vetores: dengue, malária e o temido HIV, aliás, esse último deve ser um dos enormes receios dos voluntários, pois, grande parte da população haitiana é portadora do vírus e se não houver precaução pode ser que alguém que esteja lá para ajudar, se contamine.
Enquanto algumas celebridades fazem doações milionárias, alias, aqui vale até um parêntese para dizer que até agora a maior foi feita por Gisele Büdchen (um milhão e meio de dólares), ainda há quem ache desnecessário toda essa mobilização mundial em prol do Haiti e se comova muito mais com a tragédia de Angra dos Reis.
Somente uma pessoa que diz nunca sair de seu quarto sem antes se maquiar, mesmo quando está descansando em casa, como é o caso da cantora Sandy (ex-Sandy e Júnior), pode achar isso. Com certeza, ela não sabe que no Haiti as mães produzem biscoitos de barro para alimentar seus filhos e que em muitas famílias é comum se fazer escolhas que não giram em torno da cor do batom ou qual sombra combina com o blush, mas sim, que filhos alimentar e quais serão entregues a própria sorte, sem água e comida, encostados na parede da casa, esperando a morte chegar.
Vejam bem, eu não estou aqui dizendo que Angra não merece atenção, mas se formos comparar as proporções, veremos claramente quem mais precisa de ajuda. As doações em dinheiro estão sendo feitas, mas existem protocolos de entrega e de como se gastá-los que chegam a durar meses, por isso, a importância da doação de alimentos, roupas e remédios.
Termino com um trecho da música Haiti de Caetano Veloso: “E quando você for dar uma volta no Caribe/ (...) e apresentar sua participação inteligente no bloqueio de Cuba/ Pense no Haiti/ Reze pelo Haiti/ O Haiti é aqui/ O Haiti não é aqui...”
Mulher Haitiana preparando biscoitos feitos de manteiga, sal e barro.
* Texto publicado no Jornal Página 20, de 18/01/2010.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Ano novo, idade da pedra velha
Que início de novo ano nós tivemos! Fomos dormir encantados com a beleza dos fogos de artifícios e acordamos em meio a desbarrancamentos, queda de ponte e alagações.
Todo aquele sentimento de renovação que renasce a cada ano que se inicia, a promessa de comer menos, estudar mais, economizar, os planos de viajar, tudo foi soterrado em meio a tantas tragédias. A sensação foi de que o ano velho ainda não tinha terminado.
Era a natureza nos mostrando que o curso natural da vida, muitas vezes é alterado. Fomos testemunhas de pais enterrando seus filhos juntamente com os sonhos de cada um.
Era a vida nos apontando o dedo na cara e dizendo que somos mortais. Somos todos iguais, teremos sempre o mesmo final. Ricos ou pobres, um dia todos voltaremos ao pó.
Quando começávamos a apagar essas imagens da memória, eis que um apagão de verdade tomou conta de Rio Branco. Mais de cinco horas sem energia elétrica. A cidade parou.
Um calor infernal, sem ventilador, sem ar-condicionado, sem fax, sem computador, sem internet. O suor escorrendo pela testa, comunicação prejudicada e o trabalhado parado. Mas alguém ai já calculou qual foi o valor do prejuízo? Quantos comerciantes perderam ou deixaram de vender suas mercadorias? Quanto as industrias deixaram de produzir?
Estávamos praticamente tendo um dia na idade da pedra lascada. E se formos fazer uma comparação, talvez encontremos mais semelhanças do que diferenças, já que, se pode afirmar que nesse período houve fenômenos fundamentais para a raça humana, como por exemplo: aquisições tecnológicas (fogo, moradia, roupas e ferramentas), evolução social, mudanças climáticas e revolução econômica.
Vejam bem meus caros leitores, e me digam se não é justamente por isso que estamos passando agora? Novas aquisições tecnológicas praticamente a cada segundo; conseguimos eleger um ex-operário para presidente do Brasil e os Estados Unidos, quem diria, elegeu um negro para ocupar a Casa Branca; Enormes geleiras derretendo. Mudança do habitat natural de muitos animais, inclusive no nosso; E por fim, a sinistra crise econômica.
Eita mundinho redondinho esse em que vivemos! Como diria Belchior, o novo sempre vem, mas ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais.
* Texto publicado no jornal Página 20, de 10/01/2010.
Todo aquele sentimento de renovação que renasce a cada ano que se inicia, a promessa de comer menos, estudar mais, economizar, os planos de viajar, tudo foi soterrado em meio a tantas tragédias. A sensação foi de que o ano velho ainda não tinha terminado.
Era a natureza nos mostrando que o curso natural da vida, muitas vezes é alterado. Fomos testemunhas de pais enterrando seus filhos juntamente com os sonhos de cada um.
Era a vida nos apontando o dedo na cara e dizendo que somos mortais. Somos todos iguais, teremos sempre o mesmo final. Ricos ou pobres, um dia todos voltaremos ao pó.
Quando começávamos a apagar essas imagens da memória, eis que um apagão de verdade tomou conta de Rio Branco. Mais de cinco horas sem energia elétrica. A cidade parou.
Um calor infernal, sem ventilador, sem ar-condicionado, sem fax, sem computador, sem internet. O suor escorrendo pela testa, comunicação prejudicada e o trabalhado parado. Mas alguém ai já calculou qual foi o valor do prejuízo? Quantos comerciantes perderam ou deixaram de vender suas mercadorias? Quanto as industrias deixaram de produzir?
Estávamos praticamente tendo um dia na idade da pedra lascada. E se formos fazer uma comparação, talvez encontremos mais semelhanças do que diferenças, já que, se pode afirmar que nesse período houve fenômenos fundamentais para a raça humana, como por exemplo: aquisições tecnológicas (fogo, moradia, roupas e ferramentas), evolução social, mudanças climáticas e revolução econômica.
Vejam bem meus caros leitores, e me digam se não é justamente por isso que estamos passando agora? Novas aquisições tecnológicas praticamente a cada segundo; conseguimos eleger um ex-operário para presidente do Brasil e os Estados Unidos, quem diria, elegeu um negro para ocupar a Casa Branca; Enormes geleiras derretendo. Mudança do habitat natural de muitos animais, inclusive no nosso; E por fim, a sinistra crise econômica.
Eita mundinho redondinho esse em que vivemos! Como diria Belchior, o novo sempre vem, mas ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais.
* Texto publicado no jornal Página 20, de 10/01/2010.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Copycat
Isso que é público! Já já tem gente imitando aqui no Brasil. Ops...já tem...O Luciano Huck fez uma 'surpresa' pra Claudia Leite no Caldeirão e a partir de domingo que vem o Fantástico vai mostrar o público dançando em alguns shows de cantores brasileiros. Como diria o sábio Chacrinha: Na televisão nada se cria, tudo se copia.
http://www.youtube.com/watch?v=2B95LswM2ME
http://www.youtube.com/watch?v=2B95LswM2ME
sábado, 2 de janeiro de 2010
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