segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sem páscoa


A páscoa terminou, mas minha gripe ainda continua.
Chocolate que nada, o que embalou meu domingo foi o bom e velho chá de alho com limão e mel de abelha.

sábado, 23 de abril de 2011

Dantinha foi bode expiatório

Essa semana li o artigo ","Dantinha e sua casta acreana" de autoria da historiadora Fátima Almeida, onde ela questiona o plano de desenvolvimento econômico que vigorou durante o governo de Francisco Wanderley Dantas, no período de 1971 a 1974.

“Que idéia estranha foi aquela de Francisco Wanderley Dantas, o Dantinha, que governou o Acre no período 1971-1974, de atrair pecuaristas do Centro-Sul, com a oferta de terras baratas, sem nunca ter passado pelo seu pensamento, entre um gole e outro de uísque, que nos seringais desativados habitavam famílias às centenas? Para onde elas iriam? Como viveriam? Ele nada pensou sobre isso”.

Eu não sou historiadora. Sou jornalista, formada pelo Instituto de Ensino Superior do Acre (Iesacre), mas pelo pouco que sei, o governo Dantas, foi em meio à ditadura, sendo o próprio governador, nomeado pelo presidente, que era militar.

Num governo militar não se toma decisões nem se vai colocando em prática, porque, ao que parece, os militares são extremamente respeitosos com uma coisa chamada hierarquia, não sendo possível um governador de um até então pequeno, longínquo e desconhecido Estado resolver elaborar e colocar em prática um plano de expansão econômica sem que isso tenha sido uma ordem que veio de cima.

Durante o período em que passei levantando dados para a minha monografia, constatei que a economia do látex já estava falida, o que conseqüentemente, levou a falência os seringais deixando as pessoas que lá viviam sem expectativa de um futuro melhor. É fácil de saber que depois da falência, ficaria praticamente impossível viver em um local sem educação, saúde e alimentação. Essa população já estava fadada ao êxodo rural muito antes do governador Dantinha assumir o poder.

Outro dado importante do qual tive acesso, foi o de que existia à época um plano de desenvolvimento para o País e que vinha sendo cumprido etapa por etapa. Durante o governo de Dantinha estava em andamento o econômico e o destino do nosso Acre já estava traçado, não pelo nosso governador, como colocou a historiadora, mas pelo então presidente Emílio Garrastazu Médice.

O governo do presidente Médice ganhou força popular justamente com o crescimento econômico que ficou conhecido como Milagre Brasileiro. Nesse período houve um enorme crescimento da classe média e aumento do consumo de bens duráveis tais como, televisão e geladeira.

Talvez Fátima Almeida talvez não se lembre mas a campanha publicitária do governo federal era: Brasil, ame-o ou deixe-o. E que nessa época entrou em vigor o Plano de Integração Nacional (PIN), responsável pela construção das rodovias Santarém-Cuiabá, Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói. Grandes incentivos fiscais a indústria e a agricultura foram à tônica desse período.

Relatado tudo isso, fica mais claro de perceber que realmente o Acre fazia parte de plano maior de desenvolvimento, vale ressaltar também que no início dos anos 70 não se falava de meio ambiente com a mesma visão que se tem hoje. Até pouco tempo atrás, ainda se achava que os recursos da natureza eram inesgotáveis, por tanto, o uso consciente dela era uma coisa muito distante e as pessoas que defendiam isso muitas vezes eram tratadas como loucas.

Acredito que se vivemos hoje uma áurea época de desenvolvimento no estado do Acre, isso também é fruto de um governo arrojado e visionário que Dantinha fez. Digo isso porque algumas de suas obras ainda estão funcionando a pleno vapor e servindo aos acreanos. Dantinha foi o bode expiatório de uma briga política que infelizmente o transformou em vilão na história acreana.

Para finalizar, gostaria apenas de esclarecer a historiadora Fátima Almeida, que Francisco Wanderley Dantas, bacharelou-se em filosofia pela Faculdade de Filosofia da Universidade do Rio de Janeiro, hoje Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e não, em engenharia conforme afirmou em seu artigo. Foi um político dedicado a educação, tanto que, quando ainda era deputado federal foi o relator e autor do projeto que criou o Movimento Brasileiro de Alfabetização – Mobral, que tantos e inestimáveis serviços prestou ao Brasil e também ao nosso Acre. 

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O gordo é o novo negro

O preconceito deve habitar a terra desde que o mundo é mundo. Hoje, depois de muitos anos lutando pela igualdade racial, os negros já conseguem ocupar espaços importantes dentro do cenário político, social e cultural de uma sociedade. Não estou dizendo com isso que os anos para trás foram esquecidos, mas que não é mais tão gritante.

Deixando de lado o negro, mas continuando no mesmo assunto, a pessoa obesa vem disputando junto com o fumante um dos primeiros lugares na pirâmide do preconceito. Casos cada dia mais absurdos, vem ocupando espaço nos veículos de comunicação. Um dos mais recentes foi o das professoras que não puderam assumir seus cargos em concurso público face ao excesso de peso. Então quer dizer que o gordo não pode trabalhar?

Eu mesma luto com a balança desde os meus 13 anos. A luta é inglória, pois na maioria das vezes ela sai vencedora. Mas, nesses 23 anos passados, ainda me lembro quando ouvi pela primeira vez na vida que eu estava com pneuzinhos.

O certo é que o padrão imputado na sociedade pelas modelos de passarela é tão prejudicial à saúde quanto os quilos a mais que uma pessoa carrega. Mas, ao olhar para traz e prestando atenção ao longo da história da sociedade percebe-se claramente que o padrão de beleza é estipulado pela classe social mais alta.

No período em que se valorizam mulheres rechonchudas e cheias de dobrinhas, era a época em que somente a realeza e a nobreza possuíam comida com fartura. O restante da população era magra e completamente fora do nível social das gordinhas, logo, era considerada fora do padrão de beleza.

Hoje a mulher bem sucedida é aquela magra, com seios fartos e tudo no lugar. Mesmo esse ‘tudo no lugar’ sendo à base de cirurgias plásticas, aliás, outro hit dessa geração. Rico que é rico fez pelo menos um procedimento cirúrgico para melhorar algo que não estava agradando. E caminhando na mesma linha de raciocínio, de que bonito é o que o dinheiro compra, são elas que estão no topo da beleza.

Pobre de nós, gordinhos felizes, que comemos por prazer e quanto mais comemos mais felizes ficamos, porém, infelizmente nascemos na geração errada ou melhor, na classe social errada, afinal quem não quer ser um milionário?

Outro conto de fadas

Na mídia só se fala do casamento de conto de fadas entre o príncipe Wlliam e  Kate Middleton.  Não era para menos, afinal todos sonhamos com histórias românticas, mas vê-las concretizadas como é o caso de uma plebéia e um príncipe, parece que torna a vida mais suave, mais “sonhável”.


É como se a frase de Jhon Lennon “o sonho não acabou” fizesse mais sentido do que nunca. A menina adolescente a espera de seu grande amor, volta a sonhar com um lindo príncipe, montado em um belo cavalo branco, vestido de uniforme e de preferência cantando o quanto a ama, bem ao estilo dos desenhos animados da Disney.

Ah, se a vida fosse tão doce assim! Ainda me lembro de como o mundo parou para assistir o casamento da jovem lady Diana e do seu príncipe encantado Charles, que mais tarde veio a se transformar em um enorme sapo, daqueles bem gordos.

A inevitável separação nos mostrou que a celebre frase “E foram felizes para sempre”, não é assim tão eterna e que casamentos, mesmo aqueles que a gente jura que vai ser pra sempre, pois afinal, passamos a vida inteira ouvindo que o príncipe casou com a mocinha e tudo foi perfeito até o fim de seus dias, são falíveis.

Nada a se estranhar, pois nos dias atuais parece-me que os sentimentos estão ficando tão descartáveis quanto copos de plásticos. Ao se escolher a pessoa com quem iremos compartilhar todas as nossas intimidades e todo o resto dos dias da nossa vida, infelizmente não se tem um olhar mais crítico, mais apurado ou então, o que não tem mesmo é o comprometimento com o sucesso de um casamento.

Para que um relacionamento dê certo, ha que se pensar que a pessoa escolhida é especial, para sempre e que por isso deverá ser cuidada com carinho, atenção e paciência.  É aquela pieguice de que o amor precisa ser regado todos os dias, assim como uma flor, pois se não fatalmente morrerá. Aliás, não tem nada mais piegas do que o amor.

Hoje claramente vemos que os relacionamentos já não são mais como antigamente. As conversas se tornam discussões, as vozes vão se alterando, as portas batem, cada um vai para um lado. O choro é inevitável e a amargura do passar dos dias também. “Ele não me entende”, reclama ela. “Ela não é mais a mesma”, alega ele.

Partir para outra é a coisa mais fácil, difícil mesmo é “mergulhar” na mesma mulher ou no mesmo homem todos os dias, meses e anos de uma vida. Talvez por isso mesmo, essa despreocupação em manter o casamento sólido.

Então, vendo os programas onde tentam adivinhar qual o vestido, a maquiagem e as jóias que serão usadas pela nova princesa, fica mais claro ainda, que o que importa é a futilidade que envolve o momento e não o amor do jovem casal.

No casamento estarão presentes aproximadamente 1.900 pessoas entre príncipes, chefes de estado, diplomatas, familiares e amigos, mas o que realmente importa é que o lindo casal, assim como nos contos de fadas sejam felizes para sempre e não que seja eterno enquanto dure como já dizia o poeta.

Não existe divórcio de filho

Eu já ouvi muitas pessoas dizerem que quando há separação, o homem se separa também de seus filhos. Alguns casos, chega ao ponto de educar e sustentar os filhos de suas atuais companheiras, mas não dão sequer um telefonema para quem é sangue do seu sangue.

Quando eu tinha três anos de idade, meus pais se separam, e se eu disser que tenho alguma recordação de nossa vida juntos, pode ter certeza, leitor, de que estou mentindo. Toda e qualquer lembrança que tenho está relacionada aos meus avós, que se responsabilizaram pela minha criação depois do divórcio.
No entanto, não foi a separação que afastou meu pai de mim. Pelo contrário, dentro de todas as limitações que a vida nos impôs, seja pela distância geográfica ou mesmo pelos arroubos da juventude, ele sempre esteve em minha vida, mesmo que apenas com uma palavra de carinho, um abraço de conforto ou mesmo um puxão de orelha.

E é assim que tem ser, porque, afinal, a grande verdade é que um homem pode deixar de ser marido, mas nunca deixará de ser pai. Privar um filho de receber afeto e atenção deveria ser considerado um dos maiores pecados ou até mesmo um grande crime cometido contra o exercício da paternidade.
Me admira muito quando são os avós que se isolam em seus mundos cheios de rotinas pré-estabelecidas e deixam para trás o que os mais poéticos chamam de continuidade da vida, do sangue, da memória ou simplesmente de netos.

Como um pai consegue deitar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilo quando deixa esquecida no coração uma vida que faz parte da sua e que só foi gerada com a sua colaboração?
Pior ainda é como consegue frequentar uma igreja, rezar, orar, dizer que é filho de Deus, pedir que Ele o auxilie, dê-lhe forças, ampare, quando você próprio é incapaz de fazer o mesmo? Não seria muita audácia?

Por isso, pai, lembre-se que a vida passa num piscar de olhos. Você pode estar perdendo importantes momentos na vida de seu filho. Pior: pode estar causando um grande trauma para alguém cuja única coisa que quer é ser amado.

Ida a Guajará Mirim-RO