Não se pode negar que a cada dia que passa a frota de veículos automotivos de Rio Branco só aumenta. É claro que isso gera lentidão na fluidez do trânsito, mas é preciso que não só os órgãos responsáveis pelo trânsito faça sua parte, é necessário também que o condutor se conscientize e comece a agir (dirigir) em prol de todos e não de si só.
Certa vez já escrevi aqui e volto a repetir, muitas de nossas ruas são heranças de caminhos traçados pelos seringueiros ao longo das árvores para que pudessem fazer o processo de extração do látex, as chamadas trilhas de seringa. Isso justifica as ruas estreitas que encontramos em alguns bairros de nossa capital.
Rio Branco não é mais vista como uma localidade acanhada localizada no meio a Floresta Amazônica, ela agora é uma cidade digna de ser capital de seu estado. Deu um grande salto de 15 anos para cá. Ponto para nossos governantes e bom para nós.
No entanto, não só aqui, mas em todo e qualquer país o trânsito será sempre um grande problema. Semana passada li o artigo de um colega jornalista no qual ele reclamava dos congestionamentos, das multas e até da retirada dos flanelinhas do centro da cidade. Não vou mentir que em alguns pontos questionados eu fiquei pasma.
O ator Reynaldo Gianecchini, falou em uma entrevista no programa Estúdio I da GloboNews, que o brasileiro era malandro, adorava se especializar em trambiques e dribles na lei. Infelizmente o que ele falou é uma verdade, claro que não se pode generalizar, mas como diz o ditado o santo sempre paga pelo pecador.
Eu mesma conheço o caso de uma pessoa que mora em São Paulo e para driblar o rodízio de carros aplicado lá para tentar melhorar não só o trânsito, mas também a poluição, não se faz de rogado, aluga um veículo e mesmo em dias que teoricamente não poderia rodar de carro pelas ruas, consegue transitar livremente.
É bem verdade que com os preços e a formas facilitadíssimas de pagamento, hoje é mais fácil comprar um carro do que uma televisão. Isso, faz com que as famílias que antigamente possuíam só um carro para atender a todos, agora tenham dois, três, quatro ou mais carros estacionados em suas garagens.
E é agora que entra o ponto em que quero tocar, o pior de tudo, é que quando a família sai, cada um vai no seu carro, mesmo que estejam indo todos para a casa da vovó. Gente é preciso sim, cobrar dos órgãos reguladores e fiscalizadores, mas também precisamos fazer nossa parte.
Precisamos dar bom exemplo para nossos filhos, para que eles cresçam conscientes de que ao contrário do que afirmou meu colega em seu artigo, quando diz que motoristas desatentos estão sendo multados, eu digo que o condutor de veículo não deve jamais ser desatento e principalmente negligente com as leis de trânsito, pois isso pode causar um grave acidente, inclusive com vítimas fatais.
No trânsito não se brinca, não é um vídeo game onde a mesma jogada pode ser repetida infinitas vezes até que se consiga passar de fase. Não adianta nossas autoridades tomarem medidas como a sincronia dos semáforos, cadeirinha para crianças, uso do cinto de segurança, blitz educativa e tudo mais, se nós, enquanto motoristas, não cumprimos leis que estão ai para nos servir e principalmente nos proteger.
Agora, o assunto que mais me deixou boqueaberta foi quando meu colega questiona sobre a retirada dos flanelinhas das ruas. Não sei ele, mas eu sempre me senti coagida a dar dinheiro e pagar pelo estacionamento que eles estavam ‘gentilmente’ oferecendo, caso contrário, ao chegar eu corro o risco de encontrar meu carro arranhado, amassado ou ter o som roubado.
Finalizo com a frase de Julyver Modesto de Araújo, mestre em direito e presidente da Associação Brasileira dos Profissionais de Trânsito: “No meu mundo perfeito, os infratores deveriam se resignar pela multa aplicada, como conseqüência inequívoca de sua conduta”. Bom domingo!
Publicado no Jornal Página 20, em 16 de maio de 2010
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