quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Desejos de um natal encantado



Eu queria ter uma casa, com uma chaminé enorme onde estariam penduradas meias grandes e vermelhas para que o papai Noel colocasse lá os presentes de natal. Aliás, a casa inteira estaria decorada com enfeites natalinos.

Também queria, uma árvore de natal grande, para eu colocar uma linda estrela no topo, mas, principalmente, queria ir numa loja, e escolher o maior e mais verde pinheiro, depois colocar em cima do carro e trazer pra casa.

Queria muita neve na frente da minha casa, para poder me jogar no chão e desenhar um anjo com o peso do meu corpo.

Também queria fazer um boneco de neve e colocar uma cenoura bem laranja pra fingir que era o nariz dele e botões de paletó formando os olhos.

Eu queria muito que Papai Noel existisse de verdade. Queria um natal com frio, para que eu pudesse vestir roupas de lã, usar gorro e cachecol, todos bordados com símbolos natalinos.

Acordar cedinho e correr pra árvore de natal para abrir os presentes e depois tomar chocolate quente com marshimelo e comer biscoitos quentinhos.

Tudo bem ao estilo dos filmes americanos. Mas, como eu estou no Brasil, e principalmente no Acre, isso se torna impossível.

Nosso estado é quente e úmido, vivemos com o mundo de olho em nós. Derrubar árvores nem pensar. Chaminé, pra quê? Aqui, o essencial é ar-condicionado, para que não cozinhemos de tanto calor.

Neve? Só mesmo com a mudança drástica de temperatura, causada pelos séculos de poluição. E assim mesmo, isso seria um verdadeiro caos pra humanidade.

O negócio é me contentar com um pinheiro artificial enfeitado, comprado da nossa vizinha Bolívia e com o show do Roberto Carlos na televisão.

Porque enfim, para se ter um bom natal só precisamos estar perto de quem amamos. Churrasco, galinha assada, peru, camarão ou bacalhau, tanto faz, o importante é a família reunida. É o espírito de união que esse período traz para nossas vidas.

Se vivêssemos sempre em período natalino, com certeza o mundo seria mais pacífico, mais amoroso, porque as pessoas se tornam mais solidárias e mais amorosas.

Sim é verdade, o natal nos torna piegas, mas quem se importa? O amor é piegas!

Um feliz natal a todos!

* Texto publicado no Jornal Página 20, de 20/12/2009.

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