
Mesmo a leitura sendo um
hobby caro,
eu e minha filha Júlia o temos com gosto. Sobrou um dinheirinho e lá estamos nós rodando as livrarias da cidade em busca de algo novo para ler.
No mês passado não foi diferente. Passeando entre uma prateleira e outra encontrei um livro chamado
Dewey um gato entre livros, de Vick Myron. Como agora, me tornei adoradora de gatos, logo me interessei. Resolvi dar uma lida na sinopse do livro e na primeira frase já dizia que era uma história real e, por ser real, era tão comovente. Pronto. Foi o que bastou para eu decidir que iria comprá-lo. História real e comovente é comigo mesma.
Corri para casa, toda empolgada, na ânsia de ler a história de um gatinho que fora abandonado ainda bebê na biblioteca pública de uma cidadezinha dos Estados Unidos, adotado pelos funcionários e que se tornou o grande
‘xodó’ dos moradores.
Abri o livro e a leitura não me atraia. Comecei a deixá-lo em segundo plano. Enrolava daqui, enrolava dali, e aos poucos, muito lentamente, fui chegando ao final do livro. Eu só pensava que por ter sido relativamente caro, era uma questão de honra ler até o fim. Porém, o fiz sem pressa. Eu lá queria saber da plantação de milho, ou da avenida comercial de Spencer, cidade localizada em Iwoa, EUA! E de que me interessava saber que a maioria de seus moradores eram fazendeiros? Que a comunidade era unida? E sobre a escola? Era muita informação de um lugar e de pessoas que eu nunca chegarei a conhecer. Eu queria mesmo era saber de
Dewey e de suas aprontações. Somente ele me interessava.
Mas, mesmo minhas expectativas sendo somente para o gato, fui lendo, lendo, lendo, até chegar no capítulo 23. Daí pra frente, a história começou a me interessar. Além do drama particular da autora, ela começou a descrever a velhice do gatinho e com ela as doenças que apareceram. Foi chegando a surdez, a cegueira, os pêlos foram caindo, perdendo o brilho e assim por diante, até chegar o momento de seu falecimento. Gente eu chorei tanto, que só me lembro de ter chorado assim, quando assisti aquele filme chamado
Um amor pra recordar. Ao fim do livro, a leitura valeu a pena, o que não me interessava antes, passou a ser conhecimento.
Eu aprendi que Iwoa é um estado dos USA e que tem a agricultura como base econômica, principalmente a plantação de milho. Que lá existe uma cidadezinha chamada Spencer, onde as fazendas eram propriedades familiares e que mesmo os EUA sendo um país de primeiro mundo, nos anos 60 ainda existiam banheiros fora de casa. Que mais tarde as fazendas familiares foram vendidas para grandes conglomerados e se tornaram grandes fazendas e começaram a produzir etanol.
Aprendi também que uma biblioteca não serve apenas como fonte de pesquisa. Ela serve também para ajudar e aproximar a comunidade e que deve estar sempre antenada nos problemas e nas necessidades da comunidade para poder propiciar serviços de primeira qualidade e que realmente atinjam seu público.
Quanto a emoção que eu buscava no livro eu consegui, afinal, eu ri, chorei e me comovi com um gatinho cativante, chamado
Dewey.