Quando eu era adolescente só pensava em me tornar adulta para mandar na minha vida e fazer tudo o que quisesse. Tanto que na adolescência eu não recebia mesada, pois, aos 16 já trabalhava. Hoje, aos 34 anos de vida (meu deus, daqui a seis anos eu vou fazer 40!!) vejo que a vida de adulto é muito chata. Quando se tem dinheiro pra fazer as coisas que quer não tem tempo e quando tem tempo não tem dinheiro.
Todo final do mês é a mesma coisa: contas para pagar, aliás, essas costumam brotar de todos os lados. Já no final de semana estamos sempre tão cansados da jornada semanal de trabalho que nem sequer cogitamos a idéia de um simples chopinho na pizzaria da esquina de casa.
E no meu caso ainda tem um agravante, eu trabalho com um médico e isso só me dá direito de adoecer somente nos finais de semana, pq, na semana ele me consulta, me medica e manda voltar a trabalhar. Isso não é mentira nem exagero, certa vez eu estava com uma crise de enxaqueca daquelas de arrebentar a boca do balão, já estava vomitando todas as minhas tripas, quando meu chefe me chamou em sua sala (sim ele sabia da enxaqueca), puxou o receituário da gaveta, me prescreveu uma medicação, pediu que eu me dirigisse a uma sala de repouso no ambulatório para tomar a medicação e depois VOLTASSE. Isso mesmo, vcs leram direito, ele não me liberou, não disse que depois da medicação eu poderia ir pra casa, ele disse que era pra eu voltar a trabalhar!!
Como ja cantava Belchior, nós vivemos como nossos pais e hoje eu fico observando minha filha Júlia, louca de vontade de se tornar logo adulta. Mal sabe ela que com a fase da maturidade, vem um monte de compromissos desagradáveis que precisamos cumprir, um monte de contas pra pagar e se quiser ter um pouco de conforto na vida será preciso trabalhar muito.