Esses dias eu fui no posto de saúde levar meu pai pra tomar
uma injeção. Chegando lá vi uma caixa com camisinhas em cima do balcão, achei
aquilo o máximo. É só chegar e pegar, não precisa falar nada com ninguém, não
precisa ficar morrendo de vergonha pra pedir porque simplesmente está ali,
super fácil de adquirir.
Resolvi pegar algumas e colocar na minha bolsa. Nesse
momento meu pai virou a cara pro outro lado, fazendo o tipo o que os olhos não
veem o coração não sente. Mas eu não sou fácil, tava me divertindo com a
situação, então sentei ao lado dele e disse: Vou levar umas camisinhas. Pense
num tiro que saiu pela culatra!
Em alguns momentos o papai ou é ou se faz de surdo e foi ai
que começou o diálogo completamente maluco que vou descrever abaixo:
Ele: - Camiseta? (Não preciso dizer que ele estava quase
gritando, já que nesta situação ele estava surdo. Então imaginem vocês uma
recepção de posto de saúde e todos ouvindo o agradável bate-papo).
Eu: - Isso, camiseta. (Esse foi o momento em que fiquei com
vergonha de ter começado a brincadeira, porque simplesmente as pessoas
começaram a prestar atenção a nossa conversa).
Ele: - De farda?
Eu: - Sim, farda.
Ele: - Pra quem? Pra Júlia? (Júlia é minha filha de 21 anos)
Eu: - É, farda de aula pra Júlia!
Ele: - E ela estuda onde?
Eu: - Na Ufac.
Ele: - Ah ta.
Graças a Deus o assunto morreu ai.