Quando eu era criança eu não compreendia como minha vozinha podia gostar tanto de uvas passas, hoje me pergunto como fiquei tanto tempo sem comê-las. E assim foi com o peixe, com o cozidão e com a panelada.
Impressionante como nossos parâmetros mudam com os anos. Esses dias eu estava em uma pizzaria com minha irmã adolescente e meu pai que havia passado o dia inteiro tomando suas cervejinhas e já estava pra lá de ‘meio alto’.
Papis era só alegria enquanto minha irmã se encontrava de cara amarrada e morrendo de vergonha de tudo o que ele fazia ou dizia. De repente eu me vi, meio que recriminando a atitude dela, por que enfim, papai já é um jovem senhor, que merece de vez em quando enfiar o pé na jaca.
Só que de repente, me lembrei que a pouco tempo atrás eu também era adolescente e morria de vergonha dessas mesmas coisas que papai fazia. Lembrei que eu também trancava a cara e conseguia na minha fértil cabecinha inverter valores e buscava inutilmente colocar limites no nele.
Pois hoje, já com alguns fios de cabelos brancos escondidos pelas tinturas, me tornei uma pessoa bem mais maleável e consigo até achar graça desses dias de bafão que papai apronta. Sei que minha irmã quando chegar na idade que tenho, também deverá amolecer seu coração rebelde e passará a aceitar com mais naturalidade os micos da vida.
Delícia ler e se achar nas palavras.
ResponderExcluirbeijosss saudosos.
Não gosto de uva passa até hoje e ainda fico "constrangido" quando minha mãe resolve chamar mais atenção do que o necessário... rs E olha que os poucos cabelos que ainda me restam já estão bem prateados... rsrs Bjs.
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