Eu ainda não contei aqui que o meu gatinho de estimação fugiu. Pois é, o Amarelo na segunda oportunidade que teve, pegou as pulgas dele, digo, as coisas e sumiu, de lá pra cá, nunca mais o vimos. Eu fiquei triste, confesso que já havia me apegado ao gato.
Essa situação me fez lembrar quando eu era criança. Meu pai que na época morava em um seringal chamado Novo Andirá (herança de família), localizado na divisa do Amazonas com o Acre, vira e mexe aparecia aqui em Rio Branco com uns animais de estimação para mim que eram um tanto exóticos, bem diferentes do que as outras crianças da minha idade eram acostumadas a ter. O problema é que justamente por serem diferentes eles não se adaptavam muito bem lá em casa, ou muitas vezes, a casa não se adaptava muito bem a eles. Isso fazia com que o papai os levasse de volta em aproximadamente um mês. É bem verdade que nessa época não existiam essas leis de proteção para os animais silvestres, o que facilitava o transporte deles do seringal até a cidade e conseqüentemente não existia o perigo de sermos presos por conta de criação ilegal (eu era menor de idade, logo, essa possibilidade só afetaria meus avós).
Como toda criança, eu me apegava fácil a eles e a separação era muito dolorida. O primeiro animal que meu pai trouxe, foi um macaco soim, esse adorava comer as flores do pé de cupuaçu (fruta tradicional aqui na Amazônia) e se chamava Soinho, mas ficou pouco lá em casa. Tive que devolvê-lo tão logo o papai aportou na cidade, pois minha vó dizia que ele dava muito trabalho (minha gente, ele era um macaco, alguém ai já viu um macaco que não fosse danado?)
Algum tempo depois meu pai apareceu com um quatipuru (uma espécie de esquilo, também conhecido por serelepe, caxinguelê, caxinxe, catiaipé, quatimirim ou acutipuru). Tique-taque era seu nome, porém, não teve muita sorte. No primeiro passeio um cachorro avançou em nossa direção e matou o Tique-taque. Imaginem o que é para uma criança ver seu animal de estimação todo ensangüentado? Pois é, essa cena não me saiu da cabeça por um longo tempo e olha que ele não ficou comigo mais que três horas.
Por fim, não menos querido, ‘papi’ me trouxe a Bolinha, uma paca (espécie de roedor com pelos duros e ouriçados, de cor avermelhada e com manchas brancas) que durou quase um ano lá em casa. No entanto, em janeiro viajamos de férias, precisei deixar Bolinha na casa de um tio-avô e então, quando retornamos, ela havia ‘fugido’. Essa foi a oportunidade que minha avó arrumou de se livrar dela. Eu confesso que Bolinha não era fácil, como uma boa roedora, ela fez a festa em quase todos os móveis lá de casa, aliás, não precisava ser madeira, deu mole, ela roia mesmo, não tinha fio de telefone que durasse. Isso, aliado as dentadas que ela deu na vovó a tornaram persona non grata por lá.
Então, para diminuir todo o sofrimento que a ausência da paca me causava, minha vó deixou eu adotar um pintinho. Quando chegou lá em casa ele cabia na palma da minha mão, mas, como a sina de todo pinto é crescer, o meu não podia ser diferente, cresceu também, de amarelo ficou branco e de pinto se transformou em galinha (vá entender o mundo animal). Lili se tornou uma galinha adestrada e gordinha que adorava tomar banho. De tão limpinha, mansinha e principalmente gordinha, foi parar na panela de algum pedreiro que meu avô contratou para construir uma cisterna lá em casa. Foram dias e dias de depressão e depois dela nunca mais houve outro animal (de estimação, é preciso que fique claro, afinal existem pessoas que não diferem muito de alguns animais) na minha vida até a chegada inesperada do Amarelo.
A fuga dele me trouxe todas essas lembranças. Me relembrou como a gente se apega com essas coisinhas e sofre quando perde. Amarelinho era um gatinho muito esperto, com olhos verdes puxados (quase um japonês) e claro, de cor amarela (ta ai a origem do nome), porém nada educado, fazia suas necessidades em qualquer lugar da casa e isso deixava as duas moças que faziam limpeza com raiva dele. E pra ser bem sincera com vocês, eu acredito que elas deixaram a porta aberta de propósito pra ele fugir.
Bom, trocando em miúdos o Aires deu o ‘Xou da Xuxa’ aqui em casa e disse pras moçoilas darem o jeito delas, pq ele queria o Amarelo de volta. Sabe o que aconteceu? Elas trouxeram um gatinho muito parecido com o nosso, mas que não era ele. Resolvemos ficar e batizamos com o nome de Cover, afinal ele parece mas não é.
Ao contrário do Amarelo, Cover é caseiro e muito educado. Fica sempre por perto, embora mantendo distância (gatos são independentes), adora ar-condicionado e ventilador e quando precisa fazer suas necessidades e a porta está fechada ele pára próximo dela e começa a miar pedindo pra sair.
No começo eu não aceitei muito bem a idéia de ficarmos com ele. Eu queria mesmo era o Amarelo de volta. Pra falar a verdade, eu até que tentei não me envolver, mas essas coisas miudinhas trazem tanta graça pra dentro de casa e enchem nossos corações de alegria que eu terminei me rendendo aos encantos do Cover.
Me fez perder o clip do The Maine e agora The academy is né. Humph, enfim eu odiava o Amarelo, o Cover é bem mais legal :D
ResponderExcluir... Tá, eu não odiava o Amarelo, mas o Cover é mais simpático, ele dança Gives you hell comigo. Quero uma blusa com a frase: I ♥ Cover.
HUAHDUAHDUHAUDHUA, love ya!!
Júlia, xx
amiga ...
ResponderExcluiradorei seu blog...
entrei na onda e montei um tbm bjus
me diz o quye vc acha