segunda-feira, 7 de abril de 2008

Querido diário

Aos 45 anos de idade Marina saiu de casa sem rumo certo. Ela queria apenas caminhar pelas ruas da cidade curtindo a sensação de liberdade que a recém separação do marido lhe causava.

Se deparou parada olhando a vitrine de uma livraria. Eram tantos livros. Veríssimo, Drummond, Machado de Assis, Nelson Rodrigues, todos reunidos em um só lugar. Resolveu entrar. Tudo era novidade para Marina e a cada livro que via despertava um interesse de saber que história continha.

Foi então que de longe ela avistou um livro de capa grossa, cor de rosa. Por um momento ela jurou que ele a chamava: _ Ei, você, venha até aqui, vamos nos conhecer! E com passos lentos e ansiosos ela caminhou até ele.

Os dois se olharam. Passaram longos dois minutos se encarando, até que Marina estendeu o braço e o tirou da prateleira. Era um diário. Um lindo diário cor de rosa. Aqui quem escreve a história sou eu, pensou ela.

Mas de repente Marina lembrou que já passara muito da adolescência, da fase de ter um diário para escrever seus sonhos e segredos. Eles então se abraçaram. Diário e mulher permaneceram assim por alguns minutos, cada um com seus pensamentos. Ela querendo enche-lo de histórias e ele apenas querendo ser seu confidente.

Saíram da livraria ainda abraçados. Certos de que dali prá frente teriam muitas histórias para contar. Marina então resolveu parar em um café. Sentou, pediu ao garçom que lhe trouxesse um capuccino gelado, abriu a bolsa, pegou uma caneta e começou a escrever:

“ Querido diário,

Hoje foi o dia em que nos conhecemos, foi amor a primeira vista. Embora eu não tenha mais idade para segredinhos escritos em papeis decorados, conto com você, para um dia mostrar a meus filhos, netos e bisnetos a mulher que eu fui, contar-lhes as experiências que vivi e as que ainda viverei.

Cinco meses atrás resolvi que uma separação em meu casamento seria muito mais digno para mim do que continuar vivendo uma relação desgastada e sem respeito. No começo todos me olharam atravessados, mas depois, o tempo foi passando e tudo melhorou. Hoje me considero uma mulher feliz, tenho um casal de filhos maravilhosos, um bom emprego e levo uma vida tranqüila.

Agora estamos aqui, nós dois, sentados em um café para nos conhecermos melhor. São cinco horas da tarde de um lindo sábado. E eu espero que esse seja o início de uma longa e sincera amizade.


Com amor,

Marina”

* Por Jannice Dantas

5 comentários:

  1. Isso sim é boa companhia. Uma pagina em branco...um lapis...e um mundo inteiro para explorar.

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  2. Jaaaaaaaan

    Também quero um diário

    rsrsrsrs e temque ser cor de rosa

    rsrsrsrsrs

    bjo no coração

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  3. Eu nunca tive diário, pq isso é coisa de mulherzinha, mas já tive agendas do Batman e tals onde eu escrevia The Facts of Life :P
    Espero não estar mais vivo quando eles forem encontrados. ahAUHua

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  4. Bom, parece que sabemos muito bem as maravilhas que um diário faz. Não? Ainda que ele seja on line e não tão secreto assim rsrsr.

    Beijos...Rosi

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  5. Gostei da Marina, tá mais do que certa..

    =)

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